quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pão tostado

Um dia qualquer, manhã, bem cedo.
Leite na leiteira, boca superior esquerda acesa.
Pão de forma, margarina com sal, tostadeira, boca inferior esquerda acesa.

Olhar fixo no leite, olhar fixo no pão.
Esquenta de um lado.
O leite quase fervendo, boca esquerda superior apagada.

Caneca, leite, café na garrafa térmica.
O pão, o pão, vira.
Passou o ponto.

Caneca, café com leite, fumegante.
Sol na janela, olhos distantes, olhos voltantes.
O pão, o pão, vira.
Passou o ponto.

Amanhã uma nova oportunidade.
Aprendizado diário.
Um dia qualquer...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Entre Colchetes (Ariovaldo Ramos)

A mulher respondeu:

— Agora eu sei que o senhor é um profeta! Os nossos antepassados adoravam a Deus neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde devemos adorá-lo. Jo 4.19,20

[Desculpe-me, por entrar na conversa. Mas, quando você desconfiou que ele era profeta; já que você diz “agora eu sei que o senhor é profeta”?

A mulher respondeu:

Quando ele disse que se eu soubesse o Deus tem para dar, e quem era o que me pedia, eu lhe pediria e ele me daria água da vida. Entre nós, água da vida é um rio de águas correntes, e também lugar apropriado para batismo, para a purificação. Ele estava me chamando a atenção para questões espirituais. Por isso eu perguntei se ele era maior do que o nosso pai Jacó. Com o que ele falou sobre mim, a desconfiança virou certeza.

Ah! Grato! Saio como se não tivesse entrado.]

Jesus disse:

— Mulher, creia no que eu digo: chegará o tempo em que ninguém vai adorar a Deus nem neste monte nem em Jerusalém. Vocês, samaritanos, não sabem o que adoram, mas nós sabemos o que adoramos porque a salvação vem dos judeus. Mas virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o adorem. Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade. Jo 4.21-24

[Intrometendo-me, de novo... Jesus! Ela mudou de assunto? E o Senhor a acompanhou?

Jesus respondeu: Pergunte a ela, se ela, de fato, mudou de assunto!

A mulher respondeu:

Não mudei de assunto, não! Adorar a Deus é viver do jeito de Deus, segundo a lei, e quando a gente tropeça na lei, adorar é ir pedir perdão, o mais rápido que a gente puder; e ir ao templo ou ao altar no monte Gerisim levando um cordeiro ou um pássaro, que será sacrificado para que a gente possa ser perdoado. O profeta me chamou a atenção para o fato de que estou em débito com Deus. Eu lhe disse que ninguém sabe onde, de fato, a gente pede perdão a Deus: no monte Gerisim, como nos ensinaram os nossos pais, ou em Jerusalém, como ensinaram os pais dele. Ele disse: em Jerusalém, mas acrescentou: a partir de agora é em qualquer lugar, a partir de mim mesma.

Entendi. Espero não atrapalhar mais.]

A mulher respondeu:

— Eu sei que o Messias, chamado Cristo, tem de vir. E, quando ele vier, vai explicar tudo para nós. Jo 4.25

[Cá estou, de novo... Por que você diz que vai esperar pelo Messias? A palavra do profeta não basta?

A mulher respondeu:

Veja! O profeta está mudando coisa demais! Ele está dizendo que para eu pedir perdão a Deus eu não preciso mais ir ao templo de Jerusalém, ou ao altar no monte. Ou seja, ele acabou de destruir o templo e o altar! E, mais, quem vai morrer em meu lugar? Ele acabou de abolir o sacrifício! É mudança demais! Ele está mexendo em questões sagradas! Só o Messias tem autoridade para tanto.

Entendi, faz sentido, realmente, é mudança demais! (Eu sabia quem ia morrer, ou melhor, já tinha morrido no lugar dela, mas não quis atropelar o processo, já tinha me intrometido demais)]

Então Jesus afirmou:

— Pois eu, que estou falando com você, sou o Messias. Jo 4.26

[E agora, minha senhora? Ops! Desculpe! Eu de novo! O homem disse que ele é o Messias, portanto, quem tem autoridade para mudar todas as coisas... O que você fará?

A mulher respondeu:

Eu? Vou correndo contar para todo mundo que o Messias chegou, e a gente pode, então, pedir perdão a qualquer hora, do nosso coração para o coração de Deus, e ser perdoado! O Messias chegou! E a Liberdade está ao alcance de um grito: Perdão, Deus! Perdão!]

Interessante! Para os daquele tempo, adorar era pedir perdão! Quer dizer: era viver de acordo com a lei e pedir perdão, o mais rápido possível, se quebrasse a lei. Para nós é elogiar a Deus. Quem estará certo?

Deus é o criador, nós, criaturas. Logo, menores que Deus. Deus é infinito, nós, finitos. Logo, infinitamente menores que Deus, porque tudo o que é menor do que o infinito é infinitamente menor.

Então, todo o elogio que fazemos a Deus é infinitamente menor do que ele é de fato. Seja amor, bondade, misericórdia... tudo, em Deus, é infinitamente maior do que conseguimos dizer ou perceber.

É... A palavra da gente só encontra Deus quando pedimos perdão, quando reconhecemos que Deus está certo e a gente em erro e lhe pedimos que nos perdoe.

Eles estavam certos!

Adorar, portanto, é viver do jeito de Deus. Toda vez que a gente não vive assim, seja em sentimento, pensamento, palavra e ações, a gente deve pedir perdão. Cada vez que a gente pede perdão o Espírito de Deus nos comunica o perdão da Trindade e nos leva na retomada do caminho de viver do jeito de Deus (1Co 3.18) . O Messias fez o necessário para que possamos ser perdoados e reconduzidos ao caminho.

Hoje, viver do jeito de Deus é viver como Jesus de Nazaré, em quem a gente vê Deus como é e a gente como a gente deve ser. Jesus é o caminho de vida em que, pela graça, somos repostos quando pedimos perdão!

(Texto extraído do Blog do Ari!)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Origens...

Tenho em minhas origens no Evangelho já em meus bisavós, presbiterianos que, por circunstâncias de moradia, acabaram por se afixar em porto metodista.

Desde então, essa "herança" metodista foi passada por meus avós maternos à minha mãe e, por fim, ao meu irmão e a mim.

Trouxe essa herança comigo e, ainda hoje, frequento uma comunidade metodista (listada em minhas recomendações internéticas), só que minha mente e meu coração deixou de ser denominacional proselitista já faz alguns (poucos) anos.

Se antes eu queria uma igreja metodista com uma doutrina melhor que as outras denominações, hoje eu só quero saber que lá existem irmãos!

Se antes eu queria pastores que pregassem a palavra de forma impactante, onde eu pudesse levar outros para que lá ouvissem do Evangelho, hoje eu quero pregar o que vivo e sinto em Cristo!

Se antes eu queria levar pessoas para a igreja, hoje eu quero levar a igreja para as pessoas!

Se antes eu achava que se deixasse de ir para a igreja por alguns domingos eu estava me afastando do Senhor, hoje eu creio no poder daquele que estava nas ruas, nas casas, nas sinagogas, no inferno pregando o Evangelho! Ele vive em mim, não importa aonde eu esteja!

Se antes minha cabeça se limitava a ver a igreja e seus departamentos como algo fundamental para o cristianismo, hoje vejo que a igreja só a é se estiver proclamando para o mundo!

E quando assim senti em meu coração essa dimensão de vida no Evangelho, percebi que isso não é nada novo. Parece-me que na inglaterra do século XVIII um certo homem chamado John Wesley tinha esse mesmo sentimento... Quem? Ah, o fundador do movimento metodista...

A título de curiosidade, leia.