terça-feira, 28 de maio de 2013

LIVRE-SE DAS AMARRAS DA RELIGIÃO!

Vez ou outra sinto um desejo incontrolável de escrever. O tema surge como um estalo! Ao observar uma criança no parque, através da fala de um estranho no mercado, ouvindo uma mensagem na internet, uma notícia no jornal, durante uma oração ou leitura bíblica. Dessa vez foi diferente. Aconteceu durante a madrugada. Fui acordada de um sono profundo com a imagem de um pedaço de papel escrito: "Romanos 5". Acordei no susto! Fiquei pensando no que poderia ser, orei, pensei em levantar e ler, mas confesso que o sono e o frio me venceram. Logo pela manhã, uma das primeiras coisas que fiz foi ler o texto, e então, perdi mais uma vez o controle dos meus dedos.
Interessante que nesse mesmo dia, ouvi uma mensagem do pr. Ed René no Genizah com o título: "Se a igreja não pega na culpa ou no medo, pega na ganância", e logo mais a noite, ouvi um áudio do missionário Edson Teixeira que falava sobre a parábola do fariseu e do publicano (Lc 18). E com isso, meu consciente insistia: " 'Simbora minha fia!' É sobre esse tema mesmo que você vai escrever!" Então eu prossegui, mais convicta do que nunca. Continuei sensível a voz de Deus no decorrer da semana, inclusive através de algumas canções. Stenio Marcius e João Alexandre foram verdadeiros instrumentos.

Algo tem me incomodado de forma tremenda. Não consigo sufocar as palavras... Elas escapam pelos meus dedos e lábios. Esse texto é um grito por escrito. Mas sei que não serei a primeira e nem a última a tocar neste assunto. Graças ao primeiro grito dado por Jesus há mais de dois mil anos atrás, muitos puderam acordar do 'transe' e se ver livres das amarras impostas pela religião.

Há anos e anos, líderes religiosos de diferentes denominações insistem em pregar a arte da barganha com Deus: Se você se comportar direitinho vai receber a bênção; Se der o dízimo fielmente as janelas do céu vão se abrir e você vai prosperar; Se participar de todas as programações da igreja nenhuma maldição te alcançará; Se frequentar os cultos da manhã, da tarde e da noite, estará protegido das armadilhas de satanás! O foco é sempre no comportamento e não na fé. O Evangelho é utilizado para se pregar moralidade e não a salvação. As Boas Novas se tranformaram em "manual do bom comportamento para cristãos". Como bem disse o pr. Ed René no vídeo citado, se a igreja não pega na culpa ou no medo, acaba pegando na ganância.

E sem perceber, milhões de cristãos são orientados a ter um relacionamento para Deus e não com Deus. Quase consigo escutar os clamores: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. O mesmo clamor feito pelo fariseu em Lucas 18:11-12. Talvez as orações de hoje sejam um pouco diferentes: "Senhor, tenho ido a 'casa de Deus' semanalmente, entrego meu dízimo fielmente, jejuo, oro, participo de todas as campanhas e reuniões, nunca falto à Escola Dominical, faço tantos sacrifícios, não roubo, não mato, não bebo, não falo palavrão... Oh! Deus, tenho sido um bom cristão não é mesmo?" E o crente fica lá, a espera de um elogio ou recompensa vinda em forma de "milagre" ou "bênção".
Como se nós, reles mortais, tivéssemos algum tipo de poder sobre Deus. Chega a ser cômico! É como se Ele ficasse sentado em seu trono no céu pensando coisas do tipo: "Bom, mais quatro dias de jejum eu repondo aquela oração"; "Agora sim o louvor me agradou! Então vou me manifestar!"; "Sim, depois de caminhar 87 degraus de joelhos eu vou perdoar seus pecado!; "Ah não! Faltou R$ 2,37 no dízimo? Então esse mês vou soltar o devorador e ele não vai conseguir pagar as contas!"; "Eita oração forte! Quando vários irmãos gritam juntos sinto mais vontade de fazer um milagre!" Desculpem, mas chega a ser ridículo...

É por essas e outras, que me sinto na obrigação de dizer, ou melhor, gritar: Querido irmão, acorde! Não importa o que você faz ou deixa de fazer, se você é bom ou mal, se dá o dízimo ou não, se vai a igreja ou fica em casa, se obedece a todas as ordens do pastor ou é rebelde, se é um bom ministro de louvor ou canta desafinado, se usa terno, gravata e bíblia debaixo do braço ou regata e bermuda. Isso não importa! Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre. O amor que Ele tem por você é incondicional, e não vai mudar nenhum milímetro por causa de um bom comportamento! A sua justificação NUNCA será por obras ou ou atitudes externas, mas UNICAMENTE pela FÉ em Cristo Jesus. Ainda duvida? Dá só uma olhada:

"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o QUE NELE CRER não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16

"Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é PELA FÉ, como está escrito: "O justo viverá pela fé"
. Romanos 1:17

"Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus MEDIANTE A FÉ em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados GRATUITAMENTE por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação MEDIANTE A FÉ, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador DAQUELE QUE TEM FÉ EM JESUS." Romanos 3:21-26
"Respondeu Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai. Já agora vocês o conhecem e o têm visto". Disse Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta". Jesus respondeu: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? Você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu lhes digo não são apenas minhas. Pelo contrário, o Pai, que vive em mim, está realizando a sua obra. Creiam em mim quando digo que estou no Pai e que o Pai está em mim; ou pelo menos creiam por causa das mesmas obras." Jo 14: 6 à 11
Pronto! Acabou! É isso! Fim! The End! Está consumado! Zefini! Game Over!

Um dia você recebeu a mensagem da Cruz, entendeu, creu, o Espírito Santo de Deus veio habitar em você, você se tornou filho de Deus, herdou a vida eterna e a partir desse momento recebeu uma nova vida! E nenhum pecado ou mal comportamento é capaz de mudar o amor que Deus tem por você: "Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?... Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Romanos 8:35-39

"Mas Dani, e se um cara creu em Jesus mas é um bêbado? Ele vai ser salvo ou não? E como fica o texto que diz: 'Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idolatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus'. 1 Cor 6:9 - 10?"

Ok! Existe uma diferença gritante entre pecar e ser escravo do pecado. A partir do momento que o Espírito Santo de Deus vem habitar em você, deve acontecer uma inversão de papeis: o pecado que antes te dominava passa a ser dominado por você. Ele ainda vai existir? Claro que sim! O testemunho do próprio Paulo não me deixa mentir:

"Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros. Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado." Romanos 7:21-25

"Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam. Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei. Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito." Gálatas 5:16-25

A grande diferença está aqui: "...os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus", ou seja, aqueles que vivem na prática do pecado é porque ainda não entenderam a mensagem da Cruz, talvez até tenham sido convencidos, mas não CRERAM realmente. O publicano da parábola de Lucas 18 era um cobrador de impostos mau visto, mas entendeu a mensagem da Cruz. Ele reconheceu que a única maneira de salvar o seu corpo da morte e do pecado era admitir a sua miséria e entregar-se a Deus, sem barganhas. Jesus conta que ele (o publicano) foi justificado diante de Deus por conta de sua sinceridade, mas o fariseu (religioso) não. Por que? Veja a diferença nas orações:

FARISEU (religioso da época): "Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho". Lucas 18:11-12

PUBLICANO (cobrador de impostos):"Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’. Lucas 18:13

Percebe a diferença?

Nós, como cristãos, precisamos reconhecer que somos todos iguais perante a Deus, todos miseráveis e pecadores, e que nenhuma boa ação ou bom comportamento é capaz de nos aproximar ou distanciar Dele. Deus só precisa de um coração sincero, quebrantado, arrependido, contrito, uma fé genuína e a certeza de que Nele somos TODOS pecadores salvos pela graça de Deus! Quando entendemos dessa forma, enxergar a trave no nosso olho fica muito mais fácil! E identificar os mercadores da fé também!

"Mas quer dizer então que eu não preciso mais dar o dízimo, ir a igreja, ajudar os pobres, orar e jejuar? Basta apenas ter fé?" Querido irmão, aquele que realmente entendeu a mensagem do Evangelho e sentiu-se alcançado pela maravilhosa graça de Deus, faz todas essas coisas (e muitas outras) naturalmente, nunca por medo de não ser salvo, culpa por algum pecado ou ganância, mas tão somente pelo amor: "Portanto, o amor é o cumprimento da lei". Romanos 13:10
Ah! E o que tem "Romanos 5" com toda essa história? Dá uma olhadinha lá que você vai entender! ;)
Dani Marques (esposa do Felipe) - autora do blog Salve meu Casamento!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

SANTA CEIA - A igreja está fazendo isso errado!






Há muito tempo (e bota tempo nisso!) que a Santa Ceia é vista pela igreja - católicos e protestantes - como um ritual, uma prática religiosa, mas gostaria de compartilhar com vocês algo precioso que aprendi a respeito deste assunto. O real significado da Ceia vai muito mais além do que um simples memorial! Mas antes de iniciar, gostaria de esclarecer a diferença entre Igreja e igreja, pois no decorrer do texto vou utilizar a letra maiúscula e minúscula para diferenciá-las. Quero deixar claro que estipulei esta diferença especificamente para este artigo. Não inventei uma nova regra, ok?

Bom, a igreja com "i" minúsculo, é aquela com o formato que conhecemos bem: instituições religiosas de diferentes denominações que, por conta de suas doutrinas, métodos e sistemas, acabaram dividindo os cristãos em diferentes grupos: "Eu sou batista, eu sou anglicano, eu sou católico, eu sou presbiteriano, eu sou metodista, eu sou Renascer até morrer, e por aí vai". Engraçado que isso me lembra um texto Bíblico interessante: "Com isso quero dizer que cada um de vocês afirma: "Eu sou de Paulo"; "eu de Apolo"; "eu de Pedro"; e "eu de Cristo". Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vocês? Foram vocês batizados em nome de Paulo?" 1 Coríntios 1:12-13. Mas enfim, isso é assunto pra outro texto.
 
Existe também a Igreja com "i" maiúsculo, ou no original grego, ekklesia, que ocorre 115 vezes no Novo Testamento. Esta palavra é derivada da preposição ek, que indica "origem (o ponto de onde uma ação ou movimento procede)", e kaleo, que quer dizer “chamado, convocado”. Significa, portanto, “chamados para fora”, ou “separados”. Na sua forma original, a palavra Igreja simplesmente quer dizer “uma reunião de pessoas convocadas”, neste caso, convocadas por Cristo. Não importa a quantidade de pessoas, não importa o local onde reúnem-se, não importa o dia da semana; se há um grupo de pessoas reunidas com o mesmo propósito, ali há uma Igreja. E diga-se de passagem, a verdadeira Igreja, a Igreja de Cristo, apesar de todas as circunstâncias e de todas as bizarrices religiosas que encontramos por aí, ela está acontecendo, está viva e se movendo, nos quatro cantos deste planeta! Está sendo preparada e adornada para a volta de Cristo, e graças a Deus por isso!
 

Bom, esclarecido este ponto, podemos voltar ao assunto. A Ceia, assim como o batismo, é um sacramento. Ou seja, é algo que foi instituído por Cristo como prática na vida da Igreja. É uma prática em que o Espírito Santo de Deus, toma os elementos naturais (neste caso o pão e o vinho) e os transforma em ensinamento para os nossos corações. O momento do sacramento, associado a fé e prática, é uma forma de consolidar valores, conhecimento, discernimento e revelação. É momento de produzir testemunho de vida!

Conforme Tito 2:12, a graça de Deus nos ensina e nos educa a viver. Aquilo que a salvação produz em nós para o cotidiano, para os relacionamentos e desafios da vida, é um processo de educação. Só podemos experimentar a vontade de Deus em sua plenitude, se formos reeducados em nosso entendimento. Bom, na medida em que nosso entendimento vai sendo transformado pelas virtudes de Deus que se revelam em nós, nossa fé vai sendo aperfeiçoada, fundamentando uma nova maneira de viver. E o sacramento tem esse efeito pedagógico, no sentido de nos salvar para a vida, produzindo em nós entendimento, clareza e substância espiritual de conhecimento de Deus.


E não temos como tratar de um assunto tão profundo pensando na massa de um pão, concorda? Ao contrário do que muitos acreditam, Cristo não incorpora no pão no momento em que o colocamos na boca. Isso é invenção humana. Quando celebramos a Ceia, não comemos o corpo de Cristo literalmente. Jesus nunca disse isso! O ensinamento que este sacramento nos traz, não está relacionado aos elementos em si, mas sim à prática em torno deles.


Lá em 1 Coríntios 11, Paulo começa falando aos irmãos que o ajuntamento da Igreja e suas reuniões andam produzindo mais mal do que bem, e definitivamente isso continua acontecendo nos dias de hoje. A igreja anda ensinando equívocos ao invés de produzir revelação. Por quê? Porque a grande maioria das reuniões acontecem por causa de um interesse comum e não por causa de uma consciência comum. Ou seja, vamos à igreja por conta do nosso senso de oportunidade e de vantagem, para obter e alcançar um tipo de benefício (bênção, resposta de oração, etc.). Concluímos então que podemos ter um interesse comum, mas não um espírito comum. Como é isso? Quando não temos consciência um do outro. Por isso Paulo, quando fala aos Coríntios no contexto da Ceia, enfoca a questão da divisão no corpo.


Mas ele também diz que os conflitos são bons, pois as divergências existem para serem superadas. E a superação das divergências, revelam os escolhidos, ou seja, o grau de maturidade dos envolvidos. Mas este não seria o maior problema. Paulo relata que no momento das divisões, no momento em que impera o egoísmo e a igreja se preocupa com o benefício e vantagem, os irmãos não esperam um pelo outro para comer a Ceia. Eles estavam se reunindo para comer, e comer o seu próprio pão. Estavam preocupados com seu próprio apetite. Mais uma vez Paulo frisa a questão do egoísmo: "Assim, enquanto alguns ficam com fome, outro se embriagam" 1 Coríntios 11:21. Opa! Então o vinho da Ceia embriagava? SIM! Que surpresa não?


Bom, continuando, Paulo diz: “Será que vocês não têm casa onde comer e beber?” Veja que ensinamento magnífico temos aqui! A mesa do Senhor não é para comer e beber, este não é o objetivo principal, pois Paulo mesmo diz que isso poderia ser feito em casa. E que conclusão podemos tirar deste relato? Que para atender nossas necessidades, para satisfazer nossos desejos, para se preocupar com nossos próprios interesses, temos a nossa casa! O tempo de comunhão, é momento de olhar um para o outro! "Mas Dani, e os meus problemas? Preciso de ajuda, de suporte, de oração!" Pois então, se a Igreja começar a colocar em prática o real significado da Ceia, cada parte do corpo terá suas necessidades supridas!


Se a nossa motivação ao celebrar a Ceia for a nossa fome e a nossa sede, ou seja, nossos próprios interesses, não estamos adquirindo conhecimento de Deus ao tomá-la. Pois quem experimenta de Cristo NUNCA MAIS terá sede, ou seja, NUNCA MAIS terá o seu próprio interesse como prioridade ou como principal motivação ao se reunir como Igreja (Jo 4:14). Mas teremos o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, e cada um considerará o outro e os interesses do outro antes dos seus próprios, conforme Filipenses 2:3 à 7. O momento do ajuntamento, é momento de orarmos uns pelos outros. "Mas e o meu momento de comunhão com Deus? E os pedidos e agradecimentos que tenho que fazer à Ele?" Paulo responde: Pra isso você tem a sua casa!


Mas para as igrejas de hoje não é interessante falar e escutar sobre este assunto, não é mesmo? É por este motivo que as nossas reuniões andam fazendo mais mal do que bem. Temos muitas igrejas cheias, mas vazias espiritualmente, igrejas que dão a luz à pessoas que não tem capacidade de se reproduzir e caminhar sozinhas. Elas vivem na dependência da igreja, um verdadeiro berçário que mama eternamente na “teta” da grande “mãe”. Reúnem-se para serem acariciados em seus caprichos e interesses pessoais, colocando as suas prioridades na frente das prioridades do outro: “Quero carinho, quero leitinho, quero remedinho, troca a minha fralda, me leva ao médico, estou dodói, fiquei magoado, me dá a bênção senão eu choro, vou bater o pé até receber o que eu pedi..." 


E o leitinho que é oferecido nesses grandes "berçários", alimenta por pouco tempo, pois não tem sustância alguma. A “grande mãe” precisa que seus bebês retornem, por isso não oferece à eles alimento sólido e estímulo para caminharem sozinhos, pois para ela, é interessante que seus liderados não amadureçam espiritualmente. Pois se eles adquirirem conhecimento de Deus, passarão a doar suas vidas e a repartir com o outro aquilo que receberam do Senhor. Se tornarão independentes e verdadeiros reprodutores! E com isso, a igreja acaba perdendo ($$). Por isso insiste em oferecer apenas uma sopa rala, sem nutrientes. Certa vez ouvi um líder de uma dessas grandes igrejas dizendo: "Dou à eles o que eles e querem (pão sem nutrientes e circo) e eles me dão o que eu quero ($$)". 

E o que dizer dos louvores que chegaram ao ápice do egoísmo? Graças à Deus pelos autores que realmente anunciam a grandeza de Deus e as verdades de sua Palavra! Autores que se salvam dos repertórios egocêntricos recheados de: "para mim", "eu quero", "meu", minha bênção", "me enche", "faz em mim", "minha vida", "eu posso", "eu determino", "eu, eu, EU"! Como chamar de adoração a Deus músicas que estimulam o anseio pela realização de benefícios próprios? Irmãos, este definitivamente não é o espírito do ensinamento que Cristo nos trouxe ao instituir a Ceia!


A mesa do Senhor é aquela que esperamos um pelo outro, aquela que ninguém come o seu próprio pão. Mas a mesa de demônios é aquela que o nosso apetite fala mais alto, onde somos atraídos pela susceptibilidade das nossas carências. Aí vamos a igreja em busca de coisas que vão nos atender, nos consolar e suprir as nossas necessidades emocionais. E o que acontece? Comemos primeiro e repartimos depois. Isso quando repartimos! Sabe por que muitas orações não são ouvidas? Porque estamos pedindo a Deus a mudança do outro para nossa vida ficar melhor. Somos egoístas! Os bons cristãos, os verdadeiros imitadores de Cristo, deveriam pedir a Deus a sua própria mudança para a vida do outro ficar melhor. Isso sim é amor!


Existe melhor exemplo que o de Cristo? Que durante todo o tempo em que esteve aqui repartiu de si até o ponto de entregar a própria vida? A mesa do Senhor é aquela que, ao recebermos o pão, damos graças, porque dando graças, confessamos a verdadeira origem do pão. Na grande maioria das vezes, quando recebemos algo de bom, o nosso instinto humano nos leva a pensar: "Isto é meu, eu consegui com meu esforço, meu empenho, meu jejum, minha oração, meu sacrifício, foi o preço que EU paguei! Por isso tenho o direito de usufruir antes de repartir".


Mas quando eu aprendo a dar graças por tudo o que recebo, entendo que o pão não é meu, porque vem de origem dadivosa. Não é um salário ou uma recompensa pelo meu esforço. E se é uma dádiva, ele não é meu, é NOSSO. Eu não tenho direitos adquiridos sobre ele. Deus me entregou para que eu pudesse abençoar outras vidas. Temos a mania de achar que todo o bem que recebemos é um merecimento sobre os nossos acertos. Agora, se eu tenho consciência dos meus erros e da minha miséria, eu me torno uma pessoa grata, vivo em pleno estado de gratidão: “Deus depositou na minha vida muito mais do que eu realmente merecia. E se está sobrando, então eu tenho que de depositar na vida dos outros”. 

Acho magnífica a oração que Jesus faz no capítulo 17 de João. Ele expressa um coração agradecido por tudo o que recebeu do Pai, e juntamente com a gratidão, transmite o desejo intenso de repartir com os que creram e com aqueles que ainda hão de crer! E com qual finalidade? A união, a comunhão! "Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim."


Esta é a mesa, aquela que primeiro dá graças! Assim que Jesus pegou o pão, ele deu graças, o partiu e disse: “Fazei isto em memória de mim”. Isto o que? REPARTIR! Já que é uma dádiva, eu não posso comer dele sem repartir! Muitas pessoas adquirem carros, casas, bens, recebem aumento de salário... Então oram a Deus pedindo que proteja e abençoe. Sabe de uma coisa? Quando você entrega algo nas mãos de Jesus, Ele dá graças e reparte! Se você deseja algo inteiro na sua vida, então não coloque nas mãos de Deus!


“Mas isso é tão caro, tem um valor tão grande pra família, é tão valioso...”, “Mas o carro é tão novinho pra dar carona à tanta gente!”, “Mas minha casa está tão limpinha pra receber uma turma de jovens...”, “Meus filhos não podem conviver com crianças fedidas e piolhentas!”, "Estou sem seguro do carro, não posso fazer uma visita...", "Não posso ir ao hospital visitar o irmão doente, hoje é dia de manicure!", "Abrir a porta da minha casa para receber os irmãos? De jeito nenhum!" Conheci um pastor que convidou a igreja para uma reunião no seu lar, e na hora "H", levou os irmãos para o salão da igreja... Só rindo pra não chorar. Meu irmão, aquele bem que Deus entregou em suas mãos, seja ele qual for, Ele te deu para repartir e abençoar outras vidas e não para servir aos seus interesses individuais!


Jesus disse: Comam DESTE pão. Que pão? O pão partido! Porque todas as vezes que comerem DESTE pão, ou seja, quando você se preocupa com a necessidade do outro e reparte o que tem, está anunciando a morte de Cristo até que Ele venha! Então queridos, o princípio essencial da Ceia não é comer o pão, mas o repartir! A gente se reúne como Igreja não para comer, mas para dividir. E ao final, todos comerão pães partidos. Jesus, quando recebeu os cinco pães e os dois peixes, o que fez? Ele deu graças e REPARTIU! E os discípulos recolheram doze cestos de PEDAÇOS que sobraram, e não doze cestos de pães inteiros! O pão, a dádiva que Jesus abençoa, nunca sobram inteiros! ESTA É A MESA! E é por isso que as nossas reuniões andam fazendo mais mal do que bem, porque quando acontece o ajuntamento, todos estão preocupados com seus próprios interesses. Preocupados em suprir suas necessidades espirituais, emocionais e materiais!


E você também deve ter aprendido na igreja que o homem precisa examinar a si mesmo antes de participar da Ceia, correto? Então, no momento 'pré-ceia', toda a comunidade entra naquele clima 'zen', acontece um pedido de perdão coletivo e ouve-se um burburinho na igreja: “Senhor, o que eu fiz de errado? Será que eu estou realmente purificado para tomar a Ceia?” Ou seja, mais uma vez estamos olhando para o nosso próprio umbigo. A Palavra de Paulo e de Jesus não é para que você encontre pecado na sua vida no momento de participar da mesa. Paulo mesmo disse: Faça isto em casa! O arrependimento deve ser uma constante na vida do cristão, ele não precisa esperar a Ceia, o culto ou o "momento de confissão" para reconhecer seus erros. Além disso, o pecador deveria ser o primeiro a ser acolhido, amado e inserido na celebração da Ceia, para que através do partir do pão, da comunhão e do amor que ensina e exorta, ele receba a revelação de quem ele é e do sacrifício que Cristo fez por ele na Cruz. De forma que a sua única saída seja crer, se arrepender e buscar a transformação em Deus.

Quando Jesus fala sobre examinar a si mesmo, ele está falando daquele que come sem discernir O CORPO, a família, os irmãos! Ele não está falando de discernir a si mesmo. É nisso que estamos comprometendo a natureza dessa mesa! Estamos querendo pedir perdão para poder comer o “pão sagrado” em benefício próprio. Mas a mesa da Ceia tem um significado oposto. O pão só vai ser sagrado quando encontrar o seu verdadeiro propósito, quando vivenciar o seu destino original. O pão não se torna sagrado quando está inteiro, mas sim quando é partido. Ele seria corrupto se permanecesse inteiro. 

Mas aí o crente quer ser o grão de areia do pão, aquele pedaço que não se parte, e sai quebrando os dentes de todo o mundo! Ele não reparte a sua vida, não reparte seu tempo, não reparte sua casa, não reparte seu carro, não reparte seu dinheiro, seu dom... Querido, 'prestenção': é a esperança de ver o outro alimentado que enche o nosso coração e faz o sofrimento de ser “rasgado ao meio” possível!

"Mas e as crianças Dani, podem participar da Ceia?" A partir do momento que entendemos o verdadeiro significado deste sacramento, esse questionamento perde o sentido. Mas se você ainda tem dúvidas, aí vai: "Jesus disse: Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam, pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas". Lc 18:16. As crianças fazem parte do corpo, e mais do que isso, elas servem como modelo para nós! Não tem sentido algum excluí-las da comunhão e do partir do pão. Além disso, existe melhor oportunidade do que esta? Ensiná-las através do nosso testemunho e aprender com o testemunho delas? 



E você tem total liberdade de celebrar a Ceia também na sua casa amado! Há uma autoridade espiritual pedagógica nessa prática. Isso traz cura! Quando o “bicho” estiver pegando nos seus relacionamentos, é hora de parar e repartir o pão. É durante as divergências que colocamos em prática o ensino que a Ceia nos traz. Você pode até ter dúvidas a respeito do comportamento do seu cônjuge, amigo ou familiar, mas isso nunca pode colocar em cheque a convicção do que representam na vida um do outro e da natureza desta relação. E esta certeza nós só alcançamos quando repartimos o pão e nos tornamos parte do mesmo pão, que é o corpo de Cristo. É deste modo que todo o espírito de facção, divisão e contendas é destruído.

 
Percebe como a igreja tem distorcido muitas verdades Bíblicas? O celebrar a Ceia não é privilégio de alguns. Você não precisa ter um diploma, um título ou um cargo para "ministrar a Ceia". Todos os que creram têm esse direito, aliás, esse dever! Fazemos parte de um corpo onde ninguém é maior ou melhor do que ninguém. E neste corpo existe apenas uma cabeça: Cristo! Deus nos chamou para sermos livres, mas a igreja insiste em nos acorrentar com suas regras e doutrinas sem fundamento. 

É momento de acordar e agir! Momento de buscar alimento sólido e caminhar com as próprias pernas, partindo o pão e celebrando a Ceia pelo chão da vida!

 

 Dani Marques


Este texto que você acabou de ler é uma mistura entre um pedaço de pão cheio de nutrientes que recebi do Pr. Paulo Jr. através de uma pregação e de mais algumas coisas que tenho aprendido com o Senhor. Recebi este pão, dei graças e reparti com vocês. Agora vão e façam o mesmo...

terça-feira, 7 de maio de 2013

Ela


Ela estava lá, presente desde os idos tempos
Naqueles momentos em que tudo é fantasia e alegria
Mas não a fazia por companhia
Era meninota, sem jeito, todo o tempo se escondendo
Mal eu sabia que depois de muito ela seria

Ela estava lá, presente na classe juvenil
Humor afiado, papo para mais um bocado
Me divertia, mas ainda não tinha tato
Amizade apenas para aquela sessão da tarde
Mal eu sabia que mais um pouco muito ela seria

Ela estava lá, presente na chamada do Mestre
Para onde eu vou? Cumprir a minha rota campestre
Ainda comigo, mas o olhar já estava mais rijo
Os desejos de todos os meios, se fez como um beijo
Ah, eu sabia, como ainda não via? Ela, sim, muito seria!

Ela estava lá, um presente no caminho
Estavam pai e mãe, tios e primos
Eu ria e cantava, subia e descia
E o entrelace da história virou o enlace das nossas vidas
Mal eu sabia o quão bom realmente seria

Ela está aqui, depois de muitas jornadas
Fazendo a minha história, ainda há muito a ser contada
Com a convicção de que o presente é meu coração a ela
E o que ainda nos espera, como o sol pela janela
Nos aquece para um nascer de tantas coisas belas