quinta-feira, 24 de março de 2011

Bolt o supercão e a glória de ser livre!

Assistindo ao filme Bolt o supercão pela 13ª vez com a minha filha, comecei a perceber que a história desse cãozinho me parece muito familiar com... a minha, a sua... a história do engano e da redenção!

Veja o trailler do filme:


Perceba que o cãozinho estava vivendo uma grande mentira, mas que, para ele, sua vida era exatamente assim: ele tinha superpoderes e não podia relaxar um minuto sequer para proteger a sua humana Penny, sem saber que aquilo era apenas um programa de televisão. Só que, exposto a uma situação que para ele era real, a do rapto de sua dona, Bolt em um ato de desespero foge do estúdio e acaba literalmente encaixotado para a vida real!

Acontece então o choque de realidade que muitas vezes somos expostos. As nossas fraquezas são afloradas. A nossa necessidade de pedir ajuda aumenta. A autossuficiência se corrompe. Mas ainda assim somos relutantes em perceber e queremos resolver as coisas apenas do jeito prepotente e orgulhoso ao qual estamos acostumados. Foi assim com o cãozinho: tentava usar seus superpoderes que só funcionavam na TV e colocava em risco a sua vida e daqueles que estavam próximos a ele. Já ouviu histórias semelhantes?

Mas aí apareceu alguém que o ajudou a viver a vida de forma mais leve. Uma psicóloga de cães? Um expert em autoajuda? Um líder religioso? Não! Uma gata vira-latas! Sim, uma maltrapilha! Alguém que tentava viver a vida sem muitos aparatos! Tendo até um quê de maldade em seu histórico, mas que indicou um novo horizonte ao cãozinho Bolt.

Uma das cenas que mais me cativou foi quando essa gata chamada Mittens estimula ao cãozinho em uma viagem de trem a fazer algo extraordinariamente canino: colocar a cabeça na janela e sentir o vento em seu rosto. E o melhor, com a língua de fora!

Parece tão simples, mas pense na nossa vida. Quantas vezes nos mantemos durões a uma nova realidade a nós apresentada simplesmente por não nos abrirmos a novas experiências. Vivemos como num programa de TV, vendo o tempo passar...

E nesse contexto, me deparo com aquilo que recebemos de Cristo: uma nova vida com novos horizontes 2Coríntios 5.17.E o que nos impede de ter essa nova vida? O que é a nossa mentira? É achar que não precisamos de Cristo e que nossas vidas estão ótimas do jeito que estão. Só que quando nos despojamos de nossas muralhas, nossas redomas, quebramos nosso orgulho, nossos superpoderes e nos rendemos à vida com Cristo, começamos a perceber coisas novas, que estavam bem perto de nós, mas não conseguíamos enxergar. 

Valorizar a vida é o primeiro passo para a liberdade! Deixar de estar sempre em guarda, poder relaxar e curtir as pequenas coisas, seja colocar a cabeça para fora e sentir o vento, seja aprender a enterrar um osso, seja aprender a fazer cara de cachorro abandonado para pedir comida, no caso do nosso supercão isso foi a glória! Sim, glória de ser aceito como um cão, de não viver de mentiras, de saborear a vida e ver o reconhecimento de sua dona ao ver um cachorro que sabia simplesmente ser cachorro. Essa também é a questão humana com relação ao pecado. Pois com o pecado temos nossas ações e reações obscurecidas e não conseguimos agir com a naturalidade que é andar com Cristo. É o que Jesus quis nos mostrar quando disse que devemos negar a nós mesmos Mateus 16.24. Esse "nós mesmos" é a nossa faceta orgulhosa, é quando queremos ser "super". Negar isso nos leva em direção à Cristo e nos dá a leveza da vida.

Antes do concluir, apenas duas observações. A primeira é a desmistificação evangélica de que o mundo fica cor-de-rosa ao termos um Encontro com Cristo. Não é verdade. O mundo apenas adquire todas as paletas de cores possíveis, ou seja, conseguimos encarar com mais clareza todas as questões da vida, pois temos um Deus a recorrer, temos a oração para nos abrir e sermos abertos, temos Jesus como nosso maior modelo e é isso que nos faz vermos a vida de forma mais leve.

A segunda questão que quero esclarecer é que vemos diversos sabichões da verdade por aí, mas poucos se submetem aos padrões de Cristo, mesmo que digam que pregam em nome Dele Mateus 7.20-23. É questão de discernimento. Como diz Jesus, "pelos frutos os conhecereis". E esses frutos não são obras miraculosas, ou expulsão de demônios, mas se refletem em caráter, amor e justiça. Que tenhamos discernimento em exergar essas pessoas, sejam elas líderes religiosos ou colegas de serviço ou o gari limpando a rua.

Que esta glória possa inundar seu ser e trazer renovo em todas as perspectivas de sua vida.

PS: Recomendo também a leitura de 2Coríntios 3, 4 e 5.

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