quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Chegada do André

Meu filho mais novo chegou no dia 20 de janeiro! Desde então, emendei umas merecidas férias que me fizeram dedicar mais tempo ao mundo real do que ao virtual (graças, Senhor!).

O próximo post vai ser uma singela expressão do meu coração sobre meu filho, meu caçula, meu menino.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A unção no crentês


Se tem algo que sempre me intrigou foi o termo "unção", usado à torto e à direito nas igrejas, evangélicas ou não. Principalmente dos anos 1990 para cá.

"Senti a unção no culto de hoje", compartilha a irmãzinha.

"Aquele servo do Senhor tem uma unção", adimira-se outro.

"Aquela irmã cantou hoje com uma unção...", pondera mais um.

O fato é que a unção (com ou sem óleo) se transformou no combustível do crente! E haja combustão! Quanto mais unção, mais fogo! Parece que a unção que uma pessoa ou até um culto reflete gera mais uma histeria coletiva do que um momento de encontro com a Verdade!

No Antigo Testamento bíblico, o ato de ungir se restringia ao ato de pegar um punhado de óleo preparado conforme as instruções de Deus dadas a Moisés (cf. Ex. 30.22-25) para santificar um sacerdote, um local, ou um objeto. Em nenhum texto se diz da unção como um fator preponderante da presença de Deus. Para isso, o termo mais comum é "glória" (2 Cr. 7).

Pois bem, então, segundo esse entendimento, unção significa consagração, separar algo ou alguém para Deus. Agora vamos partir para as profecias do Antigo Testamento até os tempos de Jesus.

Desde o fim da era davídica, os judeus e seus muitos profetas anunciaram a vinda do messias, ou seja, O Ungido, aquele que tem sobre ele a presença de Deus para trazer a paz. Com a vinda de Jesus, vemos em seu batismo que o céu se abriu e o Espírito Santo desceu SOBRE ele. A unção não foi com óleo, mas veio com o céu se abrindo e o Espírito de Deus vindo sobre Jesus com o anúncio do próprio Deus: "Tu és o filho amado em quem me comprazo", confirmando aquilo que já havia sido dito pelo anjo sobre Jesus, que era afinal o Messias, ou no termo grego, o Cristo.

Nos quatro evangelhos, o ato de ungir com óleo descritos são o de Maria, irmã de Marta, que pega um vaso de bálsamo e unge a cabeça e os pés de Jesus (repare que se trata de uma pecadora, uma "qualquer" e não um sacerdote ou alguém desse naipe) e das mulheres que queriam ungir o corpo de Jesus depois de morto (novamente executado por pessoas "comuns"). Em sua carta, o apóstolo Tiago aconselha  ungir com óleo os enfermos (Tg. 5.14) e João em sua primeira carta declara a unção como uma revelação dada pelo próprio Cristo acerca daquilo que Ele nos ensina e no que praticamos, confirmando a verdade em Cristo, para não cairmos no engano de falsos mestres (1 Jo 2.27).

Ademais, vemos Jesus declarando que estará com os seus discípulos todos os dias até a consumação do século (Mt. 28.18-20) e; onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome ali ele estará (Mt. 18.20). Ou seja, O Ungido está com com todos aqueles que o receberam em seus corações!

A questão, então, não é se alguém tem ou não uma unção. Ora, a unção é o próprio Jesus, ou seja, é ter ou não ter Cristo em nossas vidas. Nada se refere à quantidade de óleo derramada, é uma verdade que arde (não na testa) no coração!

O fato é que aquilo que Paulo diz sobre estarmos cheios do Espírito Santo é confundido corriqueiramente com ser "mais" ungido. Se o Espírito Santo se apagou, então estamos "pouco" ungidos. Mas isso não tem respaldo algum no Evangelho de Jesus... Mesmo porque essa "medição" de unção se faz geralmente em cultos, reuniões de oração, no "monte", e por aí vai... Agora, será que temos o discernimento de sentir a unção quando estamos ajundando um vizinho a levar a filha em um médico? Ou quando estamos em nosso quarto orando por aquele primo enfermo? Ou quando vimos alguém com fome e damos de comer?

Quero andar com Jesus, o Ungido. Quero caminhar com ele. Quero senti-lo não com um ólinho derramado na minha testa, ou com algum tipo de catárse coletiva. Quero senti-lo sendo um com ele e só posso ser um com ele se as minhas atitudes refletirem a Sua Unção, a Sua Santificação, o Seu Amor, por mim e por todo o mundo. Essa é a Unção que eu busco...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O “JESUS” QUE JESUS NÃO CONHECE!

Todos os dias encontro pessoas que vivem como bem entendem, mas desejam assim mesmo as bênçãos do Evangelho.

O ardil é simples:

A pessoa não lê a Palavra [exceto em reuniões públicas e a fim de basear o discurso de algum pregador], não conhece Jesus [exceto como nome poderoso nas bocas dos faladores de Deus], não ora [exceto dando gritos de apoio às orações coletivas], não pratica a Palavra [exceto a palavra do profeta do grupo, ou do bispo ou autoridade religiosa da prosperidade ou da maldição], não se compromete com o Evangelho [exceto como dízimo e dinheiro no “Banco de Deus”: a “igreja”]; e, de Jesus, nada sabe; pois, de fato, nada Dele experimenta [exceto como medo].

Entretanto, a pessoa fica pensando que o Evangelho que ela nem sabe o que é haverá de abençoá-la em razão de que ela está sempre no “endereço de Deus”: o templo da “igreja”.

Assim, vivem como pagãos em nome “de um certo Jesus” que não é Jesus conforme o Evangelho; e, mesmo assim, seguem “um evangelho” que não é Evangelho, para, então, depois de um tempo, acharem que o Evangelho não tem poder, posto que acham que já o provaram e de nada adiantou; sem saberem que de fato deram suas vidas a uma miragem, a um estelionato, a uma fantasia de “Deus”.

Milhões pronunciam o nome de Jesus, mas poucos o conhecem numa relação pessoal!

Na realidade o que vejo são pessoas estudando teologia sem conhecerem a Deus; entregando-se ao ministério sem experiência do amor de Deus em si mesmas; brigando pela “igreja” [como grupo de afinidades] sem amarem o Corpo de Cristo em seu real significado; pregando “a mensagem da visão da igreja” julgando que tem algo a ver com a Palavra de Jesus [apenas porque o nome “Jesus” recheia os discursos].

E mais: os que aparentemente sabem o que é o Evangelho e quais são as suas implicações, ou não querem as implicações para as suas vidas pessoais, ou, em outras ocasiões, não querem a sua pratica em razão de que ela acabaria com o “poder” de bruxos que exercem sobre o povo.

Assim, vão se enganando enquanto enganam!

O final é trágico: vivem sem Deus e ensinam as pessoas a viverem na mesma aridez sem Deus na vida!   
O amor à Bíblia como livro mágico acabou com o amor à Palavra como espírito e vida!

Não se lê mais a Palavra. As pessoas levam a Bíblia aos “cultos” apenas para figurar na coreografia e na cenografia da reunião — nada mais!

Oração em casa, sozinho, com a porta fechada, e como algo do amor e da intimidade com Deus, quase mais ninguém pratica!

Ora, enquanto as pessoas não voltarem a ler a Palavra, especialmente o Novo Testamento, jamais crescerão em entendimento e jamais provarão o beneficio do Evangelho como Boa Nova em suas vidas.

Há até os que depois de um tempo julgam que o Evangelho é fracassado em razão da “igreja” estar fracassada.

Para tais pessoas a “igreja” não é apenas a “representante de Deus”, mas, também, é o próprio Evangelho!

Que tragédia: um Deus que se faz representar pelo coletivo da doença do “Cristianismo” e que tem “igreja” a encarnação de um evangelho que é a própria negação do ensino de Jesus!

O que esperar como bem para tal povo?

Ora, se não tiverem o entendimento aberto, o que lhes aguarda é apenas frustração, tristeza e profundo cinismo.

Quem puder entender o que aqui digo, faço-o para o seu próprio bem!


Nele, que não é quem dizem que Ele é,



Caio

09/05/08
Lago Norte
Brasília
DF

(Texto extraído do site CaioFabio.com)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Carência de pais

Minha esposa está entrando no nono mês de gravidez. Está sendo uma gestação complicada, com contrações iniciadas desde o quinto mês, problemas nas pernas e, agora, ela com seu 1,54 metro e um barrigão que não lhe cabe, passou por contrações de início de trabalho de parto, ficou internada por sete dias no hospital.

Mais um detalhe: esse será o nosso segundo filho, um menino, a minha mais velha já tem 3 anos. Esperta, carinhosa e ávida por socialização, adora conversar e brincar como toda a criança deve ser. E ela sentiu na pele esse período de separação, já que eu e minha esposa sempre fomos muito presentes e atenciosos com ela.

No penúltimo dia da internação resolvemos levar a minha filha para ficar conosco no hospital, já que era um quarto particular, então tínhamos a tranquilidade de deixá-la lá conosco. Ela, claro, curtiu muito, passeou pelo hospital para ver os bebês recém-nascidos (apesar de não ter conseguido, pois todos estavam nos quartos com suas mães), brincou no quarto, pintou com suas canetinhas e até jantou junto com a minha esposa a comida servida no quarto (sim, a comida era boa, os hospitais aprenderam!).

No início da noite chegou a hora de levá-la de volta para a casa da minha sogra, que cuidou dela nesses dias e ela foi sem muitos problemas. O problema foi ouví-la dizer "papai, você fica um pouquinho comigo na casa da vovó?". "Só um pouquinho, porque a mamãe está sozinha no hospital, preciso ficar com ela", respondi. Esse "pouquinho" levou quase uma hora e meia, ela grudada em mim querendo aproveitar ao máximo a minha presença.

Quando disse que ia realmente ir embora ela disse "Vamos assistir um desenho só um pouquinho?". Não resisti e assisti com ela o desenho. Ela então estava no meu colo, fazendo carinho em meus braços e repetindo muitas vezes "Papai, meu papai, meu papai".

Por fim, não consegui sair, conversei com minha esposa e vimos que a minha pequena precisava mais de mim lá na minha sogra do que minha esposa no leito do hospital. Ela deitou na cama comigo, ouviu estórias, oramos juntos, dormimos em paz.

Minha filha está apenas começando a vida, meu filho então nem se fala, mas o meu esforço e o da minha esposa será sempre o de suprir o que uma criança mais precisa para se tornar um adulto saudável e consciente do que é essencial para a vida: o amor. O amor que sentimos de Deus fluindo em nossos atos, pensamentos e decisões para convergir em nossos filhos e em todos que nos rodeiam.

Os filhos estão no centro do nosso amor, pois eles dependem dele para o seu desenvolvimento pessoal,  intelectual e espiritual. Será que temos toda essa disposição? Será que os seus filhos sentem a importância do seu amor por eles? Eles sempre sentem, nós é que nem sempre nos dispomos a preenchê-lo.

O nosso esforço é diário. Amar é todo o dia. Negar a nós mesmos é todo o dia. Sentir paz com essa negação é sentir o amor de Deus. Obrigado Deus por minha família, obrigado porque ela me faz enxergar Você.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vocação

 Quando alguém se converte a Cristo, para de sofrer...

Por si!

Quando alguém se converte a Cristo, passa a sofrer...

Pelo outro!

Quando alguém se converte a Cristo, em tudo, passa a dar graças...

Por si!

Quando alguém se converte a Cristo, passa a se sacrificar...

Pelo próximo!
(Texto extraído do Blog do Ari!)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Você conhece um pastor?

No meio evangélico, a figura do pastor em uma igreja chega a ser mítica. Se é uma igreja com milhares de membros então, nem se fala. Chega a ser intocável. Se faltam ídolos de madeira, sobram ídolos de carne. E não é só isso, a sua palavra é lei! Com os seus poderes divínos, este deus tem o poder de decisão sobre a vida de seus comandados. Sim, vida. Pessoal, profissional, se casa, se separa, se compra um carro, ou se o entrega para o seu próprio pastor. Claro, isso é um ato de "fé".

Mas existem outros tipos de pastor. Tem aquele que se preocupa mesmo com os seus membros... se a frequência em seus templos está em dia ou se eles andam se "desviando". São aqueles que medem a fé de suas ovelhas pelo muito "estar" e muito participar. Ah, como isso deixa o pastor feliz... E se o número de ovelhas aumentar em seu rebanho, vem aquele orgulho em apresentar um belo relatório com gráficos e planilhas mostrando o crescimento nos últimos 3 anos. É de se orgulhar!

E tem aquele pastor que é dedicado a pregar a palavra... desde que seja no púlpito. Desde que o auditório esteja repleto. Desde que seja para pregar para crentes, porque pregar para incrédulos é muita "opressão". Orar em locais públicos é um acinte! "Mas o meu gabinete está disponível", o local de poder do pastor.

Em minha vida, conheci muitos pastores, sim, pastores profissionais, que conduziam uma comunidade inteira sozinhos, resolvendo diversos problemas da estrutura e da membresia. Outros nem tanto. Mas em minha vida mesmo conto nos dedos quem pastoreou em minha vida. E nesse momento coloco o que, para mim, é pastor.

Pastor para mim é aquele cara que te pergunta se você está bem olhando nos seus olhos com interesse genuíno. Pastor para mim é aquele cara te aconselha sem ser incisivo, não o forçando a nada. Pastor para mim é aquele cara que te dá umas broncas e levanta possíveis consequências do seu ato, sem arrogância, com um amor tão claro, que você compreende em suas palavras as palavras de Cristo. Pastor para mim é aquele cara que te conduz ao crescimento espiritual e pessoal. Pastor para mim é aquele cara que te convida para um café e nesse café conversa sobre tudo, menos sobre igreja. Pastor para mim é aquele cara interessado em pessoas, não em coisas. Pastor é aquele cara que pensa no indivíduo e não na multidão.

Agora, você pode estar se perguntando se eu conheço alguém assim. Sim, conheço. E, pasmém, ele não é pastor! Chamo-o pelo nome. Ele não tem essa nomenclatura e nunca buscou tê-la. Ele simplesmente é, por dom, vocação. Conheço a sua vida, a sua família, conheço a sua casa. Bem humano, normal. Sei que muitos dos que são pastores com esse título também são pastores de verdade, mas arrisco dizer que, pelo menos no Brasil, são poucos.

Portanto, o desafio é reconhecer um pastor como um dom e não como um profissional, um ser superior, um mágico, ou sei lá o que... pois ele não tem nada demais além de um dom dado por Deus, para o crescimento do corpo no qual ele, o pastor, faz parte.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Religião

Religião em seu significado, segundo o dicionário Michaelis:

religião
re.li.gião
sf (lat religione) 1 Serviço ou culto a Deus, ou a uma divindade qualquer, expresso por meio de ritos, preces e observância do que se considera mandamento divino. 2 Sentimento consciente de dependência ou submissão que liga a criatura humana ao Criador. 3 Culto externo ou interno prestado à divindade. 4 Crença ou doutrina religiosa; sistema dogmático e moral. 5 Veneração às coisas sagradas; crença, devoção, fé, piedade. 6 Prática dos preceitos divinos ou revelados. 7 Temor de Deus. 8 Tudo que é considerado obrigação moral ou dever sagrado e indeclinável. 9 Ordem ou congregação religiosa. 10 Ordem de cavalaria. 11 Caráter sagrado ou virtude especial que se atribui a alguém ou a alguma coisa e pelo qual se lhe presta reverência. 12 Conjunto de ritos e cerimônias, sacrificais ou não, ordenados para a manifestação do culto à divindade; cerimonial litúrgico. 13 Filos Reconhecimento prático de nossa dependência de Deus. 14 Filos Instituição social com crenças e ritos. 15 Filos Respeito a uma regra. 16 Sociol Instituição social criada em torno da idéia de um ou vários seres sobrenaturais e de sua relação com os homens. 17 Mística ou ascese. R. do caboclo, Reg (Rio de Janeiro): prática feiticista negra a que se misturam entidades da mística ameríndia. R. do Estado: a professada oficialmente por um Estado sem que, com isso, seja proibida ou impedida a prática das outras. R. natural: a que se baseia somente nas inspirações do coração e da razão, sem dogmas revelados; a religião dos povos primitivos. R. naturalista: veneração ou adoração religiosa da natureza nos animais, nos astros etc.; panteísmo. R. reformada: o mesmo que igreja reformada. R. revelada: a que, como o cristianismo, se baseia numa revelação divina conservada pelas Escrituras Sagradas e pela tradição. Ciência das religiões: estudo das religiões como fenômeno humano universal; pode-se considerar seu aspecto histórico (história das religiões), psíquico (psicologia da religião) e social (sociologia da religião). Filosofia da religião: tratado das questões relativas à sua essência e verdade.

Dentre todas essas explicações para o termo, o único mais próximo daquele que quer seguir a Jesus Cristo e reconhece-o como mestre, Senhor e o único capaz de realmente nos religar a Deus é, ainda que de forma raza, a segunda explicação. Daí a dificuldade de dizermos então que temos uma religião, apesar de a termos. Sim, porque Nele vivemos, nos movemos e existimos. Sim, temos uma religião que é Jesus Cristo, pois "ninguém vem ao Pai senão por mim", nas palavras do carpinteiro. E se nossa religião é Cristo e de tudo Nele queremos imitar (ainda que nosso espelho esteja rachado), então o nosso único dogma é o Amor. E o nosso rito é de que não temos rito. E que nossa adoração é "vivermos do jeito de Deus", como diria Ariovaldo Ramos.
Pronto. Acaba aqui. Aquém disso, para quem realmente quer seguir a Cristo, é entulho, peso, bagagem desnecessária. Aquém disso, passa a ser as outras 16 explicações para o termo religião. Passa a ser aquilo que a grande maioria encara como tal. Dessas todas outras eu tô fora.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Atualização antiga...

Tive a oportunidade de ir ao III Fórum de Cristianismo Criativo, realizado no último dia 10, com a participação de Gerson Borges e o lançamento de seu CD Nordestinamente. O que eu posso dizer, além de que vale muito a pena conhecer o trabalho extremamente acurado desse carioca, pastor, poeta, educador, ou, como ele mesmo se define, pastoetador.

Este post era para ter entrado já há duas semanas, mas como eu queria colocar também as fotos que eu tirei e só consegui tê-las em mãos agora, segue essa atualização antiga.

 
 

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sociedade dos Poetas Vivos

"Hoje, 8 de novembro, acordei bem cedo e me lembrei de que o Sérgio Pimenta estaria fazendo aniversário. Pouco tempo depois, recebi a notícia do falecimento do Jorge. Assim, a sociedade de poetas VIVOS aumenta no céu." Nelson Bomilcar

Jorge Rehder. Jorginho. Doutor Jorge. Jorge. Posso dizer que conheci um pouco de todas essas denominações dadas a ele. O compositor, o ministro de louvor na comunidade local, o dentista e o marido da Marilda, pai da Carol e da Marina que foram companheiras minhas de escola dominical. Mais tarde, seria o tio de consideração da minha esposa.

Mas para mim, era o Jorginho. Jorginho porque foi como todos chamavam aquele ministro de louvor da igreja metodista em Santo Amaro, local onde cresci e o vi tocar e cantar, junto com os diversos grupos liderados por ele em nossa comunidade.

Na minha infância, mamãe levava meu irmão e eu para as consultas periódicas com o dentista dr. Jorge. Ainda tenho em minhas lembranças o seu consultório...

No início da década de 1990, Jorginho se uniu ao Nelson Bomilcar para caminhar na Comunidade Projeto Raízes, saindo do convívio comum daqueles que estavam na igreja metodista em Santo Amaro, dentre eles, eu. Naquele momento, a formação musical de nossa comunidade estava toda firmada naquilo que o Jorginho havia deixado, ou seja, música de qualidade e composições tocantes, verdadeiros salmos vindos do Jorge Rehder, do Camargo, Bomilcar, Kerr, Pimenta, entre outros.

Aliás, Vencedores por Cristo sempre foi audição obrigatória em minha família, principalmente com o meu tio Maurinho, grande amigo do Jorginho e assim foi até a ida do meu tio para o Pai, no ano 2000.

Ainda tive contatos na minha adolescência, como um memorável acampamento de adolescentes da metodista em que o Jorginho foi um dos preletores por volta de 1998, além de visitas exporádicas ao Raízes.

Em 2002, meu grupo de TCC da faculdade era formado por cristãos e o tema do nosso trabalho foi música cristã e, pela aproximação, pegamos diversos depoimentos do Jorginho sobre o andamento da música cristã naquela época, que por sinal, já estava entregue ao mercado fonográfico e pouca coisa se salvava para os ouvintes que amavam música e Cristo.

Em 2003, me casei com a Dani, que é sobrinha de consideração do Jorginho. As meninas dele cresceram juntas com a minha esposa e minha cunhada e, a partir desse momento, sempre me encontrei com ele nas reuniões familiares da minha esposa. Assim, pude conhecer simplesmente o Jorge. Jorge da família, com todas as qualidades e defeitos, como qualquer um. Jorge humano, Jorge pai, Jorge pastor, Jorge mestre, Jorge piadista, Jorge sério.

São muitas memórias. Te vejo, poeta...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Lembranças com muito carinho

Hoje, dia 6 de novembro de 2009, se ainda estivesse em nosso mundo, minha avó Esther completaria 81 anos de idade. E não escrevo esse texto para expressar um sentimento saudoso corroido, penoso. Não, esse texto é uma afirmação da alegria de ter tido uma avó tão doce, tão sincera, tão amiga, tão zelosa, tão carismática e muitos outros adjetivos que fariam uma lista imensa!

Não havia quem não simpatizasse com aquela senhora alegre e falante, boa de papo, que conversava com todos os vizinhos, inclusive com aquela japonesinha quietinha que morava do lado da D. Ilda. Sempre prestativa e servil, não media esforços para visitar os doentes de nossa comunidade. Ela e sua inseparável e amável amiga D. Nena. Ou para mim, tia Nena.

Quando íamos ao nosso apartamento na Praia Grande, sua marca era fazer chá mate gelado para toda a família, inclusive para matar a nossa sede em meio aos momentos salgados que estávamos nas praias.

Fora as comidinhas... de tempos em tempos éramos presenteados com sua casquinha de siri que até os meus 14 anos eu insistia em dizer que não gostava, mas depois que eu aprendi a gostar.... hmmmm...

Teria muito mais pra escrever da minha vózinha, foram 7 anos morando com ela até ela partir para a glória. Uma coisa eu sei: será muito bom reencontrá-la um dia...