terça-feira, 2 de dezembro de 2014
JUSTIFICADOS PELAS OBRAS OU PELA FÉ?
Essa é uma discussão antiga, um verdadeiro divisor de águas entre os cristãos. Bem, antes mergulharmos no assunto, precisamos entender a justificação. Venha comigo: as palavras justificar,
justificado, justificação e justo, tanto no Hebreu tsadag como no Grego dikaiosis, referem-se a expressão“fazer-se reto". Ou seja, justiça significa a qualidade de estar reto, na posição certa. Jesus nos justificou, Ele nos fez justos aos olhos de Deus através de sua morte e ressurreição. Estávamos na posição errada, mas com a morte de Cristo fomos justificados, colocados no caminho certo.
Seguindo essa linha de raciocínio, podemos então dizer que nos tornamos juntos diante de Deus pelas obras ou pela fé? Pelo invisível ou pelo visível? Pela transformação interna ou externa?
Encontrei todas as respostas na Palavra:
1 - PELA GRAÇA: "...sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus." Romanos 3:24
2 - PELA FÉ: "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo..." Romanos 5:1
3 - PELO SANGUE: "Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele!" Romanos 5:9
4 - POR DEUS: "Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado..." Romanos 8:3
5 - PODER DA RESSURREIÇÃO: "Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação." Romanos 4:25
Temos então cinco pontos cruciais: A GRAÇA é o princípio, a FÉ o meio, o SANGUE o preço, DEUS o agente e o PODER DA RESSURREIÇÃO a prova. Até aqui não há vestígios de obras externas, correto? Mas e quanto ao que diz Tiago em sua carta: "De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo?" Tiago 2:14
Se não tomarmos o cuidado devido, podemos distorcer as palavras de Tiago ao nosso bel-prazer. As obras ou atitudes externas são o resultado visível dos cinco pontos[¹] invisíveis que acabamos de citar, não o contrário. Os atos visíveis são incapazes de transformar nosso interior. Deixar de comer carne, usar brinco, esmalte ou maquiagem, guardar um dia santo, dar o dízimo ou ofertas, participar de ministérios ou praticar obras de caridade não nos tornam mais santos. Se assim fosse, o poder da justificação estaria em nossas mãos, não em Deus. Mas é certo que a fé produz em nós atitudes externas. Como bem disse Calvino: Somos salvos somente pela fé, mas não por uma fé infrutífera.
A igreja induziu (e ainda induz) muitos cristãos desinformados a colocarem nas obras e atitudes externas o peso da justificação. Veja o que aconteceria se focássemos somente na atitude externa de Abraão ao levar seu filho Isaque para o sacrifício. Tirando sua fé, o que teríamos? Apenas uma tentativa se assassinato. Ou seja, quando a obra é fruto da fé, gera vida, mas quando é fruto da lei, o caminho é a morte, morte espiritual: "Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito." Romanos 8:3-4
Sendo assim, somos justificados pelas obras ou pela fé? Jesus responde:
"Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver. Então OS JUSTOS lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes." Mateus 25:35-40
OS JUSTOS, aqueles que foram justificados através cinco pontos citados, geram frutos: "E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma." Tiago 2:15-17
A justificação genuína nos impulsiona a agir! O cristão acomodado, que não se importa com o sofrimento alheio, que não move uma palha para vestir o necessitado, para dar de comer ao que tem fome e abrigo ao sem teto, que não visita o enfermo ou o preso, segundo Tiago, possui apenas uma fé nominal, uma fé é morta. Preocupante não?
Te convido a olhar para dentro de si e diante de Deus perguntar: "Minhas obras externas são fruto de uma fé genuína ou estou agindo em busca de pontos com Deus na prova da santificação?" Ou quem sabe: "Se estou acomodado, a fé que professo é realmente viva e genuína?"
Oro para que o Senhor te responda e faça queimar seu coração, e que através da Graça, da Fé, do Sangue e do poder da Ressurreição seu espírito seja reconciliado com o Criador e sua Criação, e assim, os frutos de justiça passem a fazer parte de sua existência!
Em amor,
Dani Marques
[1] Comentário Bíblico popular - William Macdonald
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
QUEM SERÁ SALVO?
Ao ser interrogado por seus discípulos sobre quem seria o maior no Reino dos céus, Jesus responde utilizando a figura de uma criança:
“A não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, JAMAIS entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus.” Mateus 18: 1 a 4
Através desse texto, Jesus nos ensina que, enquanto cristãos, devemos nos espelhar na humildade de uma criança, referência de fé genuína e exemplo a ser seguido no que diz respeito a salvação. A palavra humildade possui várias vertentes e, para absorvê-las, compreendê-las e colocá-las em prática, precisamos antes observar a pureza de uma criança que ainda não foi contaminada pelos princípios e valores deste mundo. Venha comigo:
- Toda criança tem ânsia pelo aprendizado. Elas sabem que ainda não sabem tudo;
- Estão com as portas do coração sempre abertas à Palavra de Deus e tem grande alegria em recebê-la. Prova disso são as milhares de igrejas que surgiram através do trabalho com crianças;
- Elas não fazem acepção por hierarquia, posição social ou conta bancária. Brincam com um menino de rua como brincariam com o filho de um milionário;
- Não são hipócritas ou dissimuladas. Sinceridade é sua marca registrada;
- Depois de uma briga, perdoam e logo voltam a brincar. Não guardam rancor ou ressentimentos. Não ficam remoendo o passado;
- São vulneráveis e dependentes. Sabem que não podem sustentar sua existência. Precisam de outras pessoas para manterem-se vivas;
- Reconhecem que o pai ou mãe sabem tudo e podem tudo, por isso recorrem à eles para discernir o certo do errado;
- Nos momentos de medo, dor ou incertezas, correm para o colo do pai;
- Confiam no sustento do pai. Não se preocupam com o amanhã, se terão o que comer ou o que vestir. Vivem o hoje;
- A criança que experimenta o amor do pai, descansa, pois sente-se salva, segura e amada. Ela alimenta a certeza de que nada, absolutamente nada foge do controle do seu cuidador, inclusive os momentos de dor;
- E, finalmente, a criança não tem vergonha de dizer: Eu não consigo, me ajuda!
Jamais nos tornaremos como crianças sem a ajuda do Pai. Antes de tudo, precisamos reconhecer nossa incapacidade para então dizer: "Pai, eu quero, de todo o meu coração, mas eu não consigo. Me ajuda!"
E, neste momento, Deus certamente responderá: "Foi para isso que derramei o meu Espírito sobre toda a carne. Permita que ele aja em sua vida. Deixe-se encher. A força da corrente é minha, seu trabalho é permanecer nela, através da fé".
Antes de discutir questões como quem será o maior, galardão ou vida na eternidade, preocupe-se em saber se fará parte dela. Reforçando as palavras do Mestre Jesus: “A não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, JAMAIS entrarão no Reino dos céus.”
Dani Marques
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