quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Rei da Glória

Ouço músicas na igreja desde pequeno e gostava de uma em relação à outra geralmente pela musicalidade, não reparava muito nas letras, se eram rasas ou profundas ou até heréticas.

Mas aí eu cresci e, conforme eu fui me expondo ao evangelho, a coisa mudou de figura e muitas das músicas que me agradavam já não faziam o menor sentido e outras começaram a me tocar pela sua profundidade no evangelho. Aliás, poucas músicas que ouvimos nas igrejas cantam o evangelho de Jesus no que diz respeito à sua obra redentora e à mudança que nos é gerada. Aliás, os antigos hinos do hinário evangélico ou da harpa cristã são muito mais profundos e ricos em evangelho, mas foram deixados de lado pelas suas melodias consideradas ultrapassadas.

Mas o que eu quero deixar é uma das músicas que mais tocam o meu coração, pela poesia e clareza em seus dizeres: "O Rei da Glória", do Guilherme Kerr e do Jorge Camargo. Leiam a letra e confirem. E que fique registrado que é essa música que eu quero que ouçam até no meu velório, se eu tiver um.

O Rei da Glória

O Rei da glória, o Rei dos Reis
Senhor dos Senhores, soberano Deus
É Jesus, é Jesus, é Jesus
Desceu da glória e homem se fez
Varão de dores, servo sofredor
Padeceu sim Jesus padeceu.

Sim Cristo entregou sua vida
De forma espontânea Ele a deu
Ninguém poderia obrigá-lo
Foi seu próprio amor que o moveu.

Por isso reina, acima do céus
E tem o nome capaz de nos salvar
Só Jesus, só Jesus, só Jesus

Virá em breve o Rei dos Reis
Vestido em glória com todo
Seu poder, voltará sim Jesus
Voltará.


segunda-feira, 19 de julho de 2010

Qual é o meu lugar no texto



Por Marcos Botelho

Passamos tanto tempo aprendendo como podemos nos aprofundar no texto bíblico, estudamos as línguas originais, grego e hebraico, aprendemos a fazer exegese, compramos livros de chaves bíblicas, interlineares, lexos, analíticos e compêndios de teologia sistematizada.

Isso é muito importante, mas tão importante quanto, é sabermos voltar para a superfície. Voltar para o aqui e agora com o texto, com o que aprendemos na essência da mensagem.

E se errarmos nesse caminho de volta, não adiantou nada o quão profundo formos na revelação de Deus, se tornará inútil se não conseguirmos trazer a tona o sentido do texto para o dia de hoje, para o nosso coração.

Uma das coisas que já fazemos automaticamente e, por isso erramos muitas vezes, é o paralelo nosso com os personagens do texto.

Sempre nos colocamos em uns personagens bíblicos sem pensar que podemos ser o outro, deixando de entender a mensagem de Deus para a gente.

Costumo me colocar sempre no lugar dos discípulos de Jesus, mas tenho percebido que me aproximo do mestre muito mais como um fariseu ou um mestre da lei.

Tenho visto que o fato de ter estudado teologia, de ser de igreja desde criança, me aproximo da religião, das pregações e até da bíblia como uma pessoa que conhece do assunto, como alguém que sabe o que quer ouvir e, isso tem muito mais paralelo com os fariseus do que com os discípulos ou publicanos.

Estou começando a reler os evangelhos com uma nova ótica, onde eu sempre apareço no texto no lugar dos fariseus.

O texto é o mesmo, mas é tudo novo para mim. Não é o mesmo texto que tenho lido desde criança, é algo novo. Não tenho conhecido um outro Jesus, mas tenho me deparado com um outro Marcos Botelho.

Em cada interferência arrogante dos religiosos vejo uma parte de mim, cada palavra mais ríspida de Jesus aos fariseus, eu sinto diretamente para mim, essa visão faz cada passo das minhas articulações metodológicas e religiosas armarem para colocar o Jesus do texto em um só lugar, na cruz.

Tão importante quanto entender o texto é saber qual o nosso lugar no texto, isso vai trazer uma nova revelação da palavra, quem sabe você vai se surpreender gritando no fundo do seu eu: crucifica-o, crucifica-o, crucifica-o!

(Texto extraído do blog de Marcos Botelho)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Despertar

Vejo magro, frio, estático
Sem um cálamo que brota do interior
Apenas cego, apenas torpor

Amparado na aparância para quem não se quer essência
Mendigado no labor para não se confrontar em nada
Homem cego, homem torpor

Sem vislumbre do eterno
Homem cego, homem nú
Com amplitude do ego
Sem levar a tua cruz

Mais de tudo, mais de nada
Geração estampada
Sem ardil, só pavil
Sem amor, apenas torpor
Apenas torpor

Insensatez à revelia contra os sinais que aqui propicia
Ódio, ódio, mente fria
Sem mudança antes que seja tarde

Voltemos à Esperança
Ao vencedor a pedra branca
À mente equilibrada que se lança sem partido
Que estende ao homem cego a mão do Único Caminho

Voltemos à Criação
Sem receio da bofetada
Ao cuidado na contra-mão
Dos que esnobam a alvorada

Amparado na essência da luz de quem quer sentença
Advogado junto ao filho, não quer que nenhum se perca
Homem volte ao seu juizo, antes que chegue o dia