Pode parecer uma defesa um tanto quanto judaica, ou prosaica, ou simplesmente um sentimento fora de nosso tempo essa história de se desejar querer tanto filhos. Afinal, vivemos em uma época onde jovens passam pela sua tenra idade, caminham os seus vinte e poucos anos como pintos debaixo das asas de suas mães-galinhas, ciscam a uma certa distância, mas retornam medrosos à vista de uma sombra suspeita. Chegam aos trinta com desejos tão juvenis que se colocássemos uma chupeta em suas bocas não notaríamos a diferença. O medo de se envolver em sentimentos tão estreitos com alguém do sexo oposto mostra que esta geração não sabe lidar com diferenças e aprender a crescer com elas. Quanto mais levantar a hipótese desse ser humano(?) gerar outro ser humano ao qual se dedicará com todo o empenho para torná-lo um adulto amado, seguro, completo de humanidade.
Pois hoje eu recebi da minha filha uma demonstração de todo o esforço dedicado por mim e por minha esposa ao nos abrirmos inteiramente à dádiva de se ter filhos. Voltando do pediatra das crianças, deixei minha esposa e meus dois filhos na entrada do prédio e ao me despedir a mais velha vem, me dá um forte abraço e diz "tchau papai, te amo!".
Isso já valeu o meu dia. Isso já valeu a minha vida.
Mesmo que coisas contrárias ou negativas venham acontecer sobre a minha vida ou até sobre a vida dos meus filhos, eu me lembrarei do que aconteceu hoje. É assim que eu imagino que seja o sentimento de Deus para conosco. Ele sempre nos amou, sempre nos amará, mas o dia em que chegamos para Ele e dizemos te amo com a sinceridade de uma criança, o coração do Pai se enche de alegria! Quando leio sobre arrependimento no Evangelho, o sentimento que tenho é exatamente esse que arrempender-se significa voltarmos para Deus e simplesmente reconhecer que nós o amamos e que, para retribuir todo esse amor, só com um forte abraço, nada mais.
Não consegue abraçar a Deus? É tão simples... abrace os seus filhos e você sentirá o que é abraçar Deus.
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