sexta-feira, 30 de abril de 2010

Se eu quiser falar com Deus...

Vídeo excelente do Ari que explana a diferença da visão de Gilberto Gil para se falar com Deus e a visão de Jesus de Nazaré. O vídeo é meio pesadinho, mas vale a pena esperar! Aperte o play!






terça-feira, 27 de abril de 2010

Demitiram o meu Pastor... E agora?

O pastor da minha igreja é alguém de quem eu gosto muito. Certo dia, fui surpreendido com a notícia de que ele fora demitido das suas funções, o que me levou a perguntar: Mas, por quê? Foi quando um amigo, que é da liderança, passou a me contar com detalhes...

“Na realidade, nem sabemos bem como explicar todo esse processo. Ao mesmo tempo em que nos sentimos frustrados com o desenrolar dos acontecimentos, por ser ele uma pessoa que aparenta não ter sequer um defeito, temos a sensação do dever cumprido por observarmos que ele nunca iria preencher o perfil exigido para a função de pastor da nossa igreja. Se nos relacionamentos ele é uma pessoa nota “mais que mil”, em muitas outras áreas ele deixa a desejar. E o pior é que observamos não se tratar de incompetência, mas de opção.

Acredito que a decisão de demiti-lo foi acertada no sentido de preservar a nossa igreja, afinal, somos seus guardiões, e, assim, tínhamos a responsabilidade de tomá-la o quanto antes.

Seu ministério conosco teve início de uma forma surpreendente. Estávamos sem pastor e a simples convivência com ele nos cativou de maneira tal que o seu reconhecimento à função tornou-se irresistível para nós. Foi quando descobrimos a nossa primeira divergência: enquanto achávamos de fundamental importância a sua confirmação nas funções eclesiásticas, de acordo com os nossos normativos, ele afirmava não ser necessário e até agia com certo desprezo. Mesmo assim, o seu pastoreio parecia ser indiscutível e unânime no seio da comunidade, o que entendemos como direcionamento de Deus. Terminamos abrindo mão – Que equívoco! Depois disso as coisas só pioraram. Há muito ele já vinha “pisando na bola” em várias situações, inclusive com a inversão de vários valores.

Ao invés do púlpito, ele preferia estar à mesa. Desejávamos ter um grande pregador para os nossos cultos públicos, e ele o era - na realidade - imbatível. No entanto, por várias vezes delegou a sua atribuição a outros, preferindo estar nas casas dos irmãos ou nos bares e restaurantes da vida, comendo e bebendo em meio a uma boa conversa. Segundo ele próprio, esse era o seu principal ministério: “a oportunidade de ensinar, aconselhar, encorajar, ouvir, chorar com os que choram,...” Quando perguntávamos por ele no meio da liderança, já havia até a resposta irônica: "deve estar por aí, de casa em casa, de mesa em mesa, de bar em bar".

Aliás, nessa coisa de viver comendo e bebendo com as pessoas, chegou a sentar-se com muita gente que não devia. O pior é que várias dessas pessoas se converteram e não vieram para a nossa igreja. Ele só pregava o arrependimento e não uma adesão comprometida conosco e com a nossa visão. É verdade que, desses, todos mudaram radicalmente seus comportamentos, alguns abriram trabalhos sociais, passaram a promover reuniões caseiras ou, em seus ambientes de trabalho, tornaram-se intensos evangelistas. Muitos se reconciliaram com pessoas a quem tinham ofendido, pediram perdão, pagaram dívidas; mas só isso, apenas isso.

Aos invés de solenidades, ele preferia o informal. Facilmente abria mão de reuniões, cultos e até rituais fundamentais, como por exemplo, o batismo. Nunca batizou ninguém. Enquanto achávamos ser sua responsabilidade tal ordenança, ele delegava sempre aos outros, ensinando que todos, como sacerdotes, podiam fazê-lo em nome do Pai, do Filho e do Espírito. O mesmo acontecia com muitas outras atividades que julgamos pertencerem apenas àqueles investidos da autoridade pastoral. Na ministração da ceia, nunca se opôs à participação das crianças, nem exigiu o pré-requisito de ser membro da nossa igreja. Na verdade, nunca estabeleceu critérios tanto para a participação quanto para a ministração. Apenas encorajava uma busca por comunhão entre os irmãos e reconciliação com Deus, mediante o arrependimento, e o conseqüente comer do pão e beber do cálice. Há quem diga que ele instruía a celebração da ceia, independente do dia e do local, e não apenas no templo.

Quando resolvemos votar uma remuneração pelos seus serviços prestados, outra vez nos decepcionamos. Esperávamos negociar um valor, enquanto para ele qualquer oferta valia. Desejávamos ter um bom administrador, mas parece que ele não sabia sequer administrar os seus próprios bens. Bastava encontrar alguém necessitando de alguma coisa para, de imediato, fazer uma doação. Internamente lutamos muito com isso, pois sempre procuramos lhe pagar bem, um bom salário, digno de um executivo de alto nível, o top da nossa sociedade. Mesmo assim ele nunca comprou sequer um carro. Já pensou? Andando sempre de carona? Isso não fica bem para um pastor. Queira ou não ele é nosso representante, atuando em nome da nossa institutição perante a sociedade. Mas parece que ele não liga muito pra isso. Além de não ter um carro digno de um homem de Deus, nunca quis morar num dos bairros mais chiques da cidade e nem vestir as roupas de algumas das principais lojas como lhe aconselhamos. Você sabe que isso é fundamental para se penetrar na sociedade!

Pessoalmente eu fiquei muito triste, pois no seu aniversário, eu mesmo lhe dei uma camisa de grife e logo depois a vi sendo usada por aquele “João ninguém desempregado” no dia do casamento da sua filha. Até reconheço que ele abençoou o irmão numa ocasião tão significante, mas ele não podia ter feito isso. Eu lhe dei aquela camisa e esperava vê-lo pregando com ela no dia do aniversário da igreja.

Foi exatamente aí a gota d´água. Justamente no dia da celebração do aniversário da igreja ele pediu licença para ausentar-se, a fim de estar com a família do seu amigo Lazaroni, que havia morrido. Questionado, chegou a sugerir que não houvesse a reunião e que todos fossem com ele. Foi uma total decepção para nós da liderança. Quase não acreditamos. Estava tudo planejado para ele pregar naquela noite com vistas à presidência da nossa denominação e da Associação de pastores da cidade. Tudo indicava que ele nem pensava nesse tipo de influência. Mesmo nas poucas reuniões administrativas que participou praticamente obrigado, nunca sequer opinou sobre as nossas estruturas, metas e ações do planejamento estratégico e nem mesmo quanto as questões litúrgicas. Ao sair, ainda lembrou-se do que sempre ensinava: melhor é freqüentar funerais do que festas.

Aqui para nós, ele sempre perdeu muito tempo com as pessoas, ao invés de priorizar as atividades pertinentes as suas funções, tão necessárias à vida da igreja.

Depois dessa tamanha decepção, começamos a enxergar a sua inadequação por não preencher alguns dos principais requisitos do perfil que sempre traçamos para os candidatos a pastores da nossa amada igreja: ele é solteiro, com menos de cinco anos de exercício no ministério, e não possui formação teológica. Só assim conseguimos convencer a maior parte da igreja a nos apoiar nessa decisão. Acertadamente o substituímos por um doutor em divindade, além de mestre em espiritualidade no antigo e novo testamentos, e também bacharel pelo nosso seminário.

Depois que ele saiu, confesso que fiquei inicialmente um pouco preocupado com o seu sustento, mas logo lembrei que ele possui outra profissão: é marceneiro. Certamente se dará bem. Quanto aos irmãos, na realidade, muitos estão pensando como eu. Quando necessitarmos de um amigo verdadeiro é só convidá-lo para um bom bate-papo regado a um bom vinho em torno de uma saborosa refeição.

Ao final de toda essa explicação, descobri algo maravilhoso e libertador: definitivamente essa não é a minha igreja e Ele continua sendo o meu pastor.

(Qualquer semelhança desta ficção com a vida eclesial dita "normal" não é mera coincidência. Desejo promover uma reflexão sobre o que Jesus possivelmente abominaria em nosso meio).

Augusto Guedes reside em Fortaleza-CE, onde tem procurado exercer ministério na vida comum, trabalhando no mercado imobiliário, freqüentando uma comunidade de discípulos, atuando no Instituto Ser Adorador e vivendo com sua esposa, filhas, amigos e irmãos.

(Texto extraído do site Cristianismo Criativo)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Radical, Prefixo e Sufixo

Quem nunca se viu perguntando sobre a grafia de uma palavra? Mas não saber não te faz uma pessoa sem cultura. Antes de mostrar algumas, vamos entender o que são radical, prefixo, e sufixo.

Radical - é a parte que não muda nas palavras.

Prefixo - é a parte que vem antes do radical, essa é fácil, já que "pre-alguma coisa" é bem recorrente em nosso vocabulário.

Sufixo - é a parte que vem depois do radical.

Vamos dar um exemplo bem facinho: Felizmente - "feliz" é o radical e "mente" o sufixo.

Mas as palavras que interessa ao blog e vamos analisar daqui para frente, são as de cunho acadêmico, filosófico e religiosa.

Em cristianismo, budismo, islamismo, judaísmo, zoroastrismo e hinduísmo, nós temos o sufixo "ismo" que é de origem grega, "ismó", designando um conjunto de crenças ou doutrinas de um determinado grupo, podendo ser de linha escolar, religiosa, filosófica, teatral, política e musical.

O sufixo "ismo" gera algumas confusões, em medicina ele tem uma conotação patológica, doença. No dicionário Houaiss temos essa explicação: "...usado para falar de uma intoxicação de um agente obviamente tóxico", também nos remete a problema, uma disfunção. Isso leva algumas pessoas a terem a péssima compreensão desse sufixo em nomes religiosos, os mais peversos, acabam fazendo essa analogia com a outra e por preconceito acabam acusando os crentes de tais religiões de "doentes de deus", já que para eles " sua raiz 'vocabólica' os condena".

Em parte essa confusão ocorre devido a uma discussão que atingiu todas as esferas da sociedade: Homossexualismo é uma doença ou um modo de ser? Se é uma doença, o sufixo está sendo usado corretamente, essa é a crença de muitos líderes religiosos nas principais religiões abraâmicas, que o "homem homossexual" está sofrendo de um problema clínico ou de um distúrbio mental. Para a Medicina o termo deixou de ser tratado como patologia na década de 80, isso lá em 85. O termo homossexual muda e vira "homossexualidade", o sufixo "dade" é adicionado, significando "modo de ser", comportamento.

É raro termos muitos neologismo em religião com o sufixo "dade", temos "cristandade" que quer dizer: Conjunto dos povos ou países cristãos. Num sentido específico, podemos falar que esta palavra representa uma corrente de pesamento, que é política e socialmente cristã, tido muitas vezes como uma"teocracia cristológica", bem medieval e bem "vaticânica".

A palavra cristandade foi usada na Idade Média para distinguir os cristão ocidentais europeus mais "puros" daqueles do outro lado do mundo, mais "sujos", que poderiam ser remidos pelo sangue de cristo. Embora não tenha hoje uma conotação negativa, muitos cristãos não aceitam essa palavra, pois acreditam que ela está revestida de práticas totalmente corrompidas, embora passe de "boa palavra".

Então, resumidamente podemos dizer que o sufixo "dade" caracteriza individuo e o sufixo "ismo" grupo, sistemas de crenças. Fazer parte de um desses "ismo" não é ser doente, mas infelizmente só no papel, já que estar comungando de muitos credos atuais ou milenares, é estar adorando o deus do fundamentalismo e do fanatismo.

(Texto extraído do blog mundo religare, escrito por Fábio Neves)

Afinal, Cristo está em mim (-dade) ou é um conluio programático e sistemático de outros (-ismo)? Para se pensar...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

AOS QUE QUEREM ENSINAR A PALAVRA…

De quem é a responsabilidade pelo erro coletivo entre os que confessam o Nome?...

É claro que o povo é responsável também, mas, na Bíblia, a maior responsabilidade é de quem não é povo, como o rei, o sacerdote ou o falso profeta...

Na Bíblia os verdadeiros profetas não poupam o povo, mas o tratam como um menino tolo e enganável...

Oséias diz que assim como é o povo é o profeta, e assim como é o profeta é o povo...

No entanto, é o profeta que diz: “Eu tenho a Palavra do Senhor!...” — o povo apenas diz: “Conta-nos então...”; e, frequentemente, ouve sem saber discernir a mão direita da esquerda...

Por isto o povo sofre... Sim, em razão de seus profetas vendidos, sacerdotes gordos de conforto e reis corruptos e luxurientos...

Nos evangelhos vemos o amor e a compaixão de Jesus pela gente do povo, chamando-os de ovelhas sem pastor...

Assim Ele diz que quem sabia pouco e errou conforme o que sabia, esse levará “poucos açoites”, mas o que sabia muito e não curou os seus próprios caminhos, antes deliberadamente continuou em seu erro, esse levará “muitos açoites”...

As piores advertências do Novo Testamento são feitas a quem diz que sabe..., a quem diz que vê..., a quem diz que conhece e propõe que outros façam conforme ele diz saber...

As únicas vezes que Paulo menciona nomes negativamente nas suas cartas, todas elas têm a ver com aqueles que diziam que sabiam, mas ensinavam o erro...

O mesmo se pode dizer de Pedro. Suas duas cartas lidam com os que diziam que sabiam e ensinavam errado...

Judas, o irmão do Senhor, também dedica a sua cartinha aos que diziam que sabiam e ensinavam, e, por isto, corrompiam o povo pelo engano de seus ensinamentos...

As duas últimas cartas de João se referem também aos que impediam o povo de ter acesso ao que era bom e verdadeiro...

Por último, à exceção da Carta à Igreja em Filadélfia, todas as cartas às Igrejas do Apocalipse, são textos de advertência ao “anjo”, ao mensageiro; e, além dele, aos que no grupo diziam que sabiam, e, portanto, ensinavam errado e corrompiam...

Tiago diz:

“Não nos esqueçamos irmãos que aqueles que dizem que são mestres, esses receberem muito maior juízo!”

O que pode qualificar então alguém para anunciar o que sabe?

Primeiro: saiba apenas o que está revelado... Todos os problemas acima mencionados com Paulo, Pedro, Judas, Tiago, João e outros, sempre se vincularam ao que os “mestres traziam como novidades”...

Segundo: ensine somente aquilo que você sabe que Jesus ensinou e que os apóstolos ensinaram; portanto, não invente...

Terceiro: veja quais são as implicações de suas opiniões em relação ao que já esteja revelado... Não tenha opinião que se choque com a revelação, nem ao menos de resvalo...

Quarto: creia que você se torna responsável pela mentira, pelo engano, pelo distorcimento, pela perda de rumo que seu ensino sugerir...

Quinto: saiba que sua falta de fé não deve ser sua mensagem, pois, por ela você será cobrado...

Sexto: por mais cheio de conhecimento que você seja..., ainda assim não pregue se você apenas souber sem fé... Não anuncie nada sem fé... Nem mesmo um grande conhecimento!...

Sétimo: saiba que aquele que ensina fabrica idéias e pensamentos... Portanto, veja o que você semeia na mente das pessoas... No fim você será cobrado por todas as sementes hibridas que plantou ou por todas as sementes que você anunciou como sendo de uma qualidade... , quando, de fato, eram de outra...

Leva tempo até que a Palavra seja decantada em nós...

Por isto se diz que o “neófito”, ou “recém”, o “novinho”, “o jovem imaturo”, ou o “homem empolgado”..., não devem sair pregando; antes, precisam dar tempo ao tempo, e ver que qualidade de fruto será produzido em sua própria existência...

E mais:

Se em sua casa, com os seus, você não frutifica o Evangelho, por que haveria você de pregar a outros... se você não faz o Evangelho mostrado em silencio pela sua própria vida?...

A seara é grande e os trabalhadores são poucos... Mas Jesus não mandou treinar e nem recrutar...

Não! Ele disse que se deveria pedir ao Senhor da seara para que Ele mesmo mandasse trabalhadores para a Sua seara!

Assim, melhor do que uma multidão de pastores que não sabem discernir entre a mãe direita e a esquerda... — é se ter apenas uns poucos pastores maduros, mas que façam tudo com amor e certeza em fé.

Não se apresse em levantar-se para pregar!...

Deixe que a Palavra levante você!

Quanto ao mais, apenas compartilhe o que seja o amor de Deus em você, mas não se apresse em ensinar...

Pense nisso!...

Nele,

Caio

(texto extraído do site CaioFabio.net)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

NO BRASIL, FUTEBOL É RELIGIÃO



Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.

A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé.

Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo, ou mesmo se você trem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai. E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixam de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, faz com que os discordantes no mundo das crenças se deem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.

Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina – ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia mental.

Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico, e santista desde pequenininho.

Fonte: Creio / JovemX.com

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O bêbado e a (des)equilibrista



Num ônibus de São Paulo, numa manhã chuvosa, um homem aparentemente bêbado e mal-cheiroso entra no coletivo e senta-se ao lado de uma senhora, na parte da frente, próximo ao motorista. Como toda língua alcoolizada, a dele não se conteve em se manter calado e começou a discursar sobre a vida, a morte e as mazelas do dia a dia. Ninguém deu muita bola ao homem até que ele resolveu falar que de nada na vida valia a pena... e uma outra senhora no banco do outro lado do corredor retruca:

– Não é verdade, Jesus está conosco para nos fortalecer e nos salvar!

– Salvar? Salvar do quê?? Sabia que existe mais mortos do que vivos nesse mundo? E o que Jesus fez?

A partir daí o que se sucedeu foi um desafio atrás do outro, onde o bêbado levantava diversas questões sobre bíblia, pastores, vida pós-morte, espíritos, Deus, Jesus, Davi, Golias e tudo o mais que ele pudesse sustentar sobre o que para ele era apenas ILUSÃO.

Aquela senhora ficou totalmente sem rumo com tantas indagações e foi emundando conforme as perguntas do bêbado ficavam sem respostas.

Alguns no ônibus diziam entre si que o homem era louco, outros diziam que podia ser louco, mas tinha razão em muita coisa. Eu só observava no que isso ia dar e o resultado foi: vitória do bêbado por nocaute!

Não sei o que sustentava a fé daquela senhora, mas era nítida a sua falta de clareza naquilo que ela cria. Não que alguém espera que se ache um vencedor numa discussão com um homem embriagado, mas a disposição de se iniciar um diálogo falando de Jesus espera-se ao menos uma afirmação pessoal do que Jesus é em sua vida, pois se Ele veio para salvar, veio salvar do quê? Para quê? Preciso disso?

Falta àqueles que se dizem cristãos ter uma posição pelo menos parecida com a do cego de nascença curado por Jesus e interrogado pelos judeus:

– Uma coisa sei, é que, havendo eu sido cego, agora vejo.

Uma coisa eu sei, é que eu era um religioso cheio de discursos prontos, medroso, que temia a vida e as suas reviravoltas. Eu adorava manter a minha rotina de pecados secretos, achando que os meus rituais semanais me livrariam do inferno.

Só que quando percebi que Cristo veio a mim para me libertar de tudo o que eu queria controlar, de que a vida com Cristo é um chamado à liberdade, posso viver como um caminhante da vida, um hebreu e não como um ébrio ou um prisioneiro seja lá do que for, bebidas, religião, sexo... O chamado é para a liberdade, somos livres até da morte que foi vencida em Cristo, que nos ama de forma incondicional e radical!

Realmente, não fui lá na frente do ônibus abrir esse diálogo com aquele homem, na hora não tive esse discernimento. Desci do ônibus e o homem continuava a verbociferar não sei mais com quem, pois aquela mulher já olhava a chuva do lado de fora ignorando-o.


"Senhor, que os seus servos digam aquilo que brota no coração, crendo que o Teu Espírito lhes ensinará o que falar no momento propício. Se não tocar a vida do bêbado, que seja para testemunhar àqueles que estão ao redor. A começar em mim... Amém".

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dica musical

Para quem acha que a música cristã se limita ao circo góspi, com grandes gravadoras produzindo mais do mesmo e com aquelas músiquinhas-chicletes cheias de rimas pobres, segue aqui um alento.

Baixo & Voz é mais que uma dupla, é um casal cheio de musicalidade brasileira em suas veias! Sérgio e Marivone são da cidade de Ribeirão Preto e já estão na estrada há mais de 15 anos!

E pra melhorar, no site deles (http://baixoevoz.blogspot.com/) está disponível para download o último trabalho "Viagens de Fé". Altamente recomendável!!

Enjoy!

Para saber mais acesse também:

Podcast do JVnaEstrada #23
Podcast #023: A Música dos Cristãos- Uma (não) contribuição para a cultura brasileira.