terça-feira, 29 de abril de 2014

EU NÃO ENVERGONHO O EVANGELHO


 


 Está rolando nas redes um movimento chamado "Eu não me envergonho do evangelho", onde a pessoa é desafiada a compartilhar um trecho do evangelho através de um vídeo, e no final, desafiar outras pessoas do seu círculo de amizade a prosseguirem com a "corrente". Imagino eu que este movimento tenha sido inspirado pelo versículo de Romanos 1:16: "Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê...", mas percebo que algumas pessoas que participam da tal "corrente" mal sabem o significado da palavra "evangelho", por isso, quando chegou a minha vez de participar, ao invés de apenas compartilhar um versículo, resolvi dividir com meus amigos aquilo que aprendi sobre o Evangelho da Salvação.


Evangelho quer dizer boa nova, boa notícia. E que boa notícia é essa? Muitos acham que Evangelho é sinônimo de Bíblia, mas preciso dizer que se Jesus fosse retirado da Bíblia, ela se tornaria um livro de histórias como outro qualquer. A história do povo judeu não faria sentindo e muito menos os profetas e suas profecias. E o que dizer das cartas de Paulo? Sem a vinda de Cristo, elas não teriam sido sequer redigidas. Portanto, é bom que se saiba que Jesus, aquele revelado nos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) é o centro da Bíblia, ou seja, todo o restante das Escrituras deve ser lido a partir dele. Por isso aconselho aos que estão começando na fé, que iniciem a leitura Bíblica pelos quatro Evangelhos, pois assim, todo o restante fará sentido.

RESTITUI! EU QUERO DE VOLTA O QUE É MEU!


"Deus vai restaurar!", "Determine!", "Senhor restitui! Eu quero de volta o que é meu!"

Fico aqui pensando com meus botões, a que Deus estas pessoas estão clamando? Ao 'deus orelhão', que precisa de fichas para funcionar? Ou ao 'deus marionete', que depende de nossos movimentos para agir? Se você tem orado/rezado nesse sentido ou frequentado comunidades onde esse tipo de comportamento é ensinado e estimulado, toda atenção é pouca! O deus da barganha, que só se move através do dízimo, reza braba ou pagamento de promessas, pode ser o seu deus, o deus da sua crença, da sua religião, mas não é nem de longe o Deus da Bíblia, aquele revelado em Jesus!


Me preocupo com as multidões vulneráveis, que no desespero por um milagre, acabam sendo ludibriadas pelos falsos pastores com suas falsas sabedorias. Anunciam um Deus de mentira, usam a Bíblia, falam em nome de Jesus e conscientemente escondem de suas suas ovelhas que muitas vezes a cura não chega, o emprego não aparece, o casamento não é restituído e o milagre não acontece. E aí? Como é que fica a fé do irmão que depositou todas as suas fichas no deus orelhão?

O DEUS DAS SETE PALAVRAS DA CRUZ


Muitas igrejas realizam anualmente a cerimônia das "Sete Palavras da Cruz". Este tradicional evento, celebrado comumente nos dias que antecedem a Páscoa, foi inspirado nas sete últimas frases proferidas por Cristo antes de sua morte. Confesso que, mesmo depois de mais de vinte anos escutando ano após ano o significado de cada uma delas, não me tornei uma pessoa melhor, quem sabe um pouco mais informada, nada mais do que isso. Não que este evento seja de todo ruim, mas a partir do momento que o verdadeiro significado da cruz tomou sentindo em minha vida, o ritual se tornou desnecessário (para não dizer enfadonho), pois o Jesus que proferiu cada uma dessas frases passou a fazer parte da minha existência, e isso é indiscutivelmente maior. E foi através deste encontro transformador que passei a entender e viver o sacrifício feito por Cristo na cruz. Sete palavras ou dez? Não importa! A verdade da cruz vai muito além das palavras, números ou tradições, e se traduz em:

segunda-feira, 28 de abril de 2014

OS DESIGREJADOS TAMBÉM CONGREGAM?


Durante toda minha vida fiz parte de uma igreja tradicional. Nasci, fui batizada, cresci, fiz amigos e casei ali dentro. Meus pais também trilharam este mesmo caminho. A família do meu esposo idem. Crescemos intrinsecamente ligados a esta grande família, portanto, falo com conhecimento de causa. Há cerca de quatro anos passamos por algumas situações difíceis dentro desta comunidade. Sofremos decepções e vimos pessoas queridas sofrendo também. Ouvimos coisas que jamais pensaríamos ouvir dentro de uma igreja e, diante de todos estes fatos, nos vimos encurralados. Não acreditávamos mais na instituição, e pior, ela nos parecia mais um empecilho do que uma facilitadora do Evangelho. Vidas estavam sendo machucadas para que a imagem do líder religioso se sobressaísse. O dilema era grande: "Tantos anos sendo parte desta família, tantas lembranças, tantas pessoas amadas... Como se desvencilhar desse laço?" A decisão não foi fácil, mas as circunstâncias nos levaram a isso. Nossos pais e avós sofreram bastante. Alguns amigos também. A nossa dor na verdade não foi a de sair oficialmente da instituição religiosa (pois já estávamos emocionalmente desvinculados a ela), mas a de presenciar a dor da família e de amigos tão queridos.

Nesta dura caminhada perdemos o contato de pessoas amadas, que nos viram nascer, crescer e formar família. Conheciam a nossa história, nosso caráter, nossos trabalhos enquanto casal, mas não aceitaram as denúncias que fizemos e o nosso desligamento. Encararam como ato de rebeldia, fraqueza e falta de persistência. Mas no fim, descobrimos que o nosso caso era apenas mais um entre os milhares que se decepcionam e desacreditam da instituição todos os dias. Neste tempo, conhecemos muitas pessoas que estavam na mesma situação que a nossa. Nos unimos a elas em busca de força e orientação. O Pai foi bondoso nos enviando verdadeiros amigos. Nossa fé cresceu, se fortaleceu e amadureceu. Foi aí que conhecemos o termo "desigrejados", apelido dado àqueles que, por terem se decepcionado com o sistema religioso e sua liderança, resolvem partir para o outro extremo. No início, a dor e amargura nos fizeram ficar cegos e desacreditados de tudo o que se relacionava a religião. Por isso nossa busca por algo simples e mais informal possível, sem estruturas, regras ou doutrinas. A sede era de viver o Evangelho puro e simples, e só.